Publicado em 07/08/2016 às 07h00.

A importância da sustentabilidade no Índice Planeta Feliz 2016

Os países mais bem classificados no estudo são aqueles onde as pessoas têm vidas longas e felizes, com menores custos para o meio ambiente

Adriana Prado
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Imagem ilustrativa (Foto: montagem site El Economista)

 

O “Happy Planet Index” é um dos mais importantes relatórios sobre felicidade existentes no mundo. Produzido na Inglaterra pela New Economics Foundation desde 2006, acaba de ser publicado agora em julho de 2016, depois de quase quatro anos de sua última edição.

Diferente de outros relatórios, considera fortemente as questões de sustentabilidade. Ele mede o que mais importa para todos: o bem-estar sustentável, ou seja, os países mais bem classificados nesse estudo são aqueles onde as pessoas vivem vidas longas e felizes, com menores custos para o meio ambiente.

Curiosamente, e diferente de outras importantes medições internacionais, os países oc07identais ricos, muitas vezes vistos como “padrão de sucesso”, não atingem as melhores classificações nesse relatório. Por outro lado, apesar dos altos índices de corrupção e violência, vários países da América Latina e da região da Ásia-Pacífico lideram esse ranking devido ao elevado bem-estar e expectativa de vida, com baixos índices de impactos ecológicos.

O México, por exemplo, aparece em 2o lugar, seguido da Colômbia, em 3o. O Brasil foi classificado em 23o. A Dinamarca em 32o, seguida da Inglaterra em 34o e o Canadá em 85o. Já os EUA, na posição 108o, basicamente por possuir um dos estilos de vida de maior custo ambiental e uma das maiores pegadas ecológicas do mundo.

O Índice Planeta Feliz, que este ano classificou 140 países no total, combina quatro elementos cruciais para mostrar quão eficientemente os diferentes países utilizam os recursos ambientais para conduzir vidas longas e felizes: bem-estar, expectativa de vida, desigualdade de resultados e pegada ecológica (quantidade de recursos naturais renováveis utilizados para manter o estilo de vida de cada residente de um país).

É uma verdadeira bússola sobre o progresso genuíno, ou seja, o que esse relatório realmente nos diz não é quais países são os mais felizes, mas que países são mais eficientes no uso de recursos naturais para produzir uma boa vida.

 

 O que importa é a consciência ecológica

e a responsabilidade social de cada país

 

Nesse relatório, tem um país que se destaca: a Costa Rica, o qual lidera o ranking pela terceira vez. É o país mais feliz e sustentável, com o mais alto nível de bem-estar do mundo. O que o coloca no topo do índice é que ele oferece tudo isso, usando 1/4 dos recursos que são normalmente utilizados no mundo ocidental.

Quando vemos a Costa Rica superando os EUA em bem-estar e expectativa de vida, e usando significativamente menos recursos naturais para fazê-lo, torna-se claro que uma boa vida não significa necessariamente um alto custo para o planeta.

Como a Costa Rica faz isso? Através de um forte compromisso com o meio ambiente (99% do abastecimento de eletricidade do país vem de fontes renováveis e seu governo se comprometeu a se tornar um país neutro em emissão de carbono até 2021), bem como investimento público robusto em programas sociais incluindo saúde e educação.

Interessante observar esse movimento acontecendo no mundo. Durante muito tempo se mediu bem-estar social apenas pela quantidade de riqueza gerada ou desenvolvimento econômico de cada país. Recentemente foram introduzidos conceitos de saúde, bem-estar subjetivo e felicidade para medir o progresso social e a qualidade do desenvolvimento humano. Por último, vemos esses indicadores sendo impactados diretamente por questões muito mais amplas e importantes como pegada ecológica e sustentabilidade.

Estamos diante de uma mudança significativa, de uma nova humanidade cada vez mais atenta aos cuidados com o planeta. Já não vale mais apenas ser um país rico, capaz de garantir bem-estar e todos os recursos necessários à sua própria população. O que importa agora é a consciência ecológica e a responsabilidade social de cada país, ou seja, se utiliza o meio ambiente de forma racional e se está contribuindo na direção de um mundo melhor para todos.

E você, já pensou na quantidade de natureza (recursos naturais renováveis) necessária para manter seu estilo de vida? O que você come, compra, usa, veste, onde mora, como se locomove, tudo causa impacto no meio ambiente. Nesse quesito, a humanidade inteira tem um longo caminho pela frente por um planeta verdadeiramente sustentável. Mas o primeiro passo é individual e começa com cada um de nós, mudando hábitos e ampliando a nossa consciência.

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