Publicado em 03/12/2018 às 08h49.

Baianos evitam Fies: número de contratos reduziu pela metade em 2018

Enquanto em 2017 o número de beneficiados foi de 16.334, este ano, até o momento, foram 8.715

Milena Teixeira

Os baianos estão optando pelos pelo Fies, de acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O número de contratos Fies firmados em 2018 no estado caiu pela metade em relação a 2017.

Para se ter ideia, enquanto em 2017 o número de beneficiados foi de 16.334, este ano, até o momento, foram 8.715.

A situação se repete no resto do país. Um levantamento da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) mostrou que este ano foram ofertadas 310 mil vagas, no entanto, apenas 80,3 mil foram preenchidas – o valor equivale a 26% da meta estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC). Ao levar em conta o número firmado até o momento, a Bahia concentra 10,8% dos contratos do Fies deste ano.

Segundo o diretor executivo da ABMES, Sólon Caldas, no auge do programa, em 2014, mais de 750 mil alunos estavam no programa. Para ele, o desinteresse dos alunos está associados as mudanças do Fies. “Antes de 2015, o governo financiava 100% do valor das mensalidades Hoje, é de 50%. Isso impede a população que precisa do programa”, diz.

Ainda segundo Caldas, a nova renegociação do Fies, anunciada no início de novembro, não trará resultados para a questão da inadimplência . Segundo o MEC, atualmente 367.679 contratos estão em débito. Esse número representa cerca de 43,78% do total de estudantes na fase de amortização. O valor total da dívida dos estudantes chega a R$ 10 bilhões.

“O programa anunciado pelo governo não vai funcionar por alguns motivos. Um deles é que o estudante precisa dar a entrada, em espécie, de mil reais. E isso é impossível! O estudante que formou e está desempregado não vai ter como pagar esse valor alto”, diz o diretor.