Publicado em 31/01/2016 às 09h40.

Festa centenária em Lençóis pode ser tombada

Comemoração do padroeiro dos garimpeiros, Nosso Senhor dos Passos, acontece há 164 no dia 02 de fevereiro

Redação
Foto: Divulgação/Lucas Miranda
Foto: Divulgação/Lucas Miranda

Além das homenagens à Iemanjá em Salvador, outra tradicional e histórica festa acontece na Bahia, no dia 02 de fevereiro, é a comemoração do padroeiro dos garimpeiros, Nosso Senhor dos Passos, que ocorre na cidade de Lençóis, a 394 km da capital. A festa centenária está em vias de ser reconhecida como patrimônio cultural de natureza imaterial tem o apoio do Ministério Público da Bahia (MPE).

Desde o dia 23 de janeiro, uma equipe multidisciplinar do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) está acompanhando as festividades preparatórias para a comemoração que completa 164 anos. A ação, desencadeada pela Sociedade União dos Mineiros de Lençóis, começou após denúncia sobre a alteração dos festejos em 2015, quando a paróquia local não permitiu que a União dos Mineiros participasse da organização e não aceitou a realização de tradicionais manifestações.

Em reunião realizada, no último dia 26, com o arcebispo primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, o mesmo prometeu aos representantes do Ipac e do MPE, apoio à pesquisa do Ipac (em andamento), que irá gerar relatório técnico para processo de reconhecimento como patrimônio imaterial e que nesta edição 2016 a festa seguiria dentro dos costumes.

Ao jornal A Tarde, o arcebispo também defendeu a preservação das características históricas da festa que reúne capoeiristas, representantes de religiões de matriz africana, ternos, reisados dentre outras manifestações da cultura popular. “Não pode haver riscos de descaracterização de uma cultura local, sobretudo por ser influenciada no seio do catolicismo”, afirmou dom Murilo.

História – De acordo com os registros dos festejos celebrando Nosso Senhor dos Passos, no dia 02 de fevereiro de 1852 um grupo de garimpeiros de Lençóis recebeu a imagem vinda de Portugal, com passagem pelo Porto de Salvador, subindo pelos rios Paraguaçu e Santo Antônio e seguindo por longas horas com a tropa pelos desfiladeiros e montanhas que formam a Chapada Diamantina.

Segundo o diretor de Preservação do Patrimônio (Dipat) do Ipac, Hermano Queiroz, “o ciclo de celebrações dos Passos marca a vivência coletiva de trabalho, religiosidade, entretenimento e práticas coletivas de Lençóis, fundamental para essa população”. Ele informou ainda que após os estudos é elaborado um dossiê e a festa poderá ser inscrita na categoria de Patrimônio Imaterial, de acordo com a Lei nº 8.895/2003 e decreto estadual nº10.039/2006.

 

 

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