Publicado em 14/01/2016 às 18h16.

Fibria se defende e diz não ter relação com lama em Caravelas

Empresa afirma em nota que toda a atividade feita na região é regulamentada e fiscalizada

Fernando Valverde

Em nota enviada ao bahia.ba a assessoria da Fibria garantiu que todo o processo de dragagem do canal na região é regulamentado e fiscalizado pelo Ibama. A empresa atribuiu o surgimento da lama, a possíveis fenômenos climáticos “que influenciam diretamente na turbidez da água da região”, não tendo qualquer relação com a atividade da dragagem. Confira a nota na íntegra:

“A dragagem de manutenção do canal de acesso ao Terminal de Caravelas, no sul da Bahia, é realizada anualmente, seguindo a legislação em vigor e obedecendo a Licença Ambiental expedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A Fibria monitora continuamente os níveis de turbidez da água utilizando equipamentos oceanográficos instalados em pontos previamente estabelecidos e aprovados pelo Ibama. Os dados obtidos neste monitoramento são aplicados a uma Escala de Risco Ambiental prevista na Licença Ambiental da atividade.

O histórico dos monitoramentos demonstra que fenômenos climáticos como ventos e ondas fortes influenciam diretamente na turbidez da água da região, ocasionando a suspensão de sedimentos na região costeira de Caravelas (BA), sem nenhuma relação direta com a atividade de dragagem”.

Lama em Caravelas – Na última segunda-feira, equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) coletaram (11) amostras de areia na região do arquipélago de Abrolhos, em Caravelas, no extremo sul baiano e descobriram sedimentos de lama flutuando nas cercanias do arquipélago de Abrolhos. Uma das hipóteses levantadas foi a atribuição da origem dos sedimentos ao terminal de dragagem da Fibria Celulose, antiga Aracruz, no terminal marítimo de Caravelas.

De acordo com moradores, a empresa de celulose retira do canal do Tomba, em Caravelas, há mais de 12 anos, 280 mil metros cúbicos de sedimentos.  Com a autorização do Ibama, deverá tirar mais 480 mil. Esse processo, estaria causando prejuízo para as comunidades e o ecossistema da região:  “Parece que a Fibria está levantando muito sedimento e deixando a água turva, prejudicado Nova Viçosa. Nessa reunião, foi pedido ao ICMbio que providências sejam tomadas. Pois as reclamações em relação à empresa são constante” declarou Jaqueline Stábile,  presidente da Agência Horizonte Aberto.

Já a presidente da Associação de Hotéis, Bares e Restaurantes de Viçosa, Lucenilde Araújo, relatou os problemas causados pelas informações previamente divulgadas de que a lama poderia ser da Samarco: “Foi muito ruim. Teve muita gente cancelando reservas. A Fibria não nos rende um único centavo de impostos. Só nos traz problemas. A balsa dela não é uma embarcação qualquer, é um transatlântico. Ela joga os dejetos da dragagem a dois quilômetros da praia e a depender da maré, volta tudo, sujando a areia. Para nós, fica o bagaço”, desabafou.

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