Publicado em 18/01/2019 às 14h42.

Mortes por arma de fogo: seis crianças vão a óbito por mês no estado

Professor da Ufba diz que número é 'preocupante'; ele afirma que decreto de armas pode ser um fator de risco para crianças

Milena Teixeira
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Foto: Arquivo/Agência Brasil

 

Pelo menos 77 crianças morreram vítimas de arma de fogo na Bahia, no ano de 2017. Na faixa etária de 15 a 19 anos, o número aumentou mais de dez vezes: 1153 jovens adolescentes faleceram.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab),  mais de 5300 pessoas morreram por disparo de arma de fogo naquele ano. O dado é do último levantamento divulgado pela pasta.

Para o professor  do professor de sociologia e coordenador do laboratório de estudos em Segurança Pública, Cidadania e Sociedade (LASSOS), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Luiz Cláudio Lourenço, o número de mortes é “preocupante” e, além disso, é um indicativo de que o decreto que flexibiliza a posse de armas no Brasil pode ser um fator de risco para grupos mais favoráveis, como crianças e mulheres.

“Estamos em uma situação preocupante. Se facilitou o acesso às armas de fogo, mas pelas declarações que a gente tem visto  não vai haver uma fiscalização maior para saber se a pessoa guarda a arma em um lugar seguro ou até mesmo que é quem vai ser acesso a essas armas”, afirmou ele.

Ainda segundo Lourenço,  existe a possibilidade de que os números por morte de arma de fogo aumente. “Não dá para ter uma bola de cristal, mas existe a possibilidade que aumente […] A morte por arma de fogo é muito mais rápido do que com uma faca, por exemplo. Além disso, vivemos em um país onde uam parte das mortes são por motivos banais”, declarou.

Outro ponto que o professor questiona no decreto é sobre a quantidade de armas que cada pessoa vai poder ter. “O cidadão pode ter quatro armas e isso é um número muito preciso. O que não se leva em conta é que a arma, que tem objetivo de proteger ou oferecer segurança, não blinda e não protege. Uma arma não faz uma pessoa deixar de levar tiro. Muito pelo contrário”, disse.

 

 

 

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