Publicado em 06/01/2017 às 12h16.

Mulheres vítimas de violência sexual ganham centro especializado

Unidade funciona dentro do Hospital da Mulher e está preparada para acolher pacientes a partir de 12 anos; serviço também está apto a executar “aborto legal”

Rebeca Bastos
Foto: Carol Garcia/GOVBA
Foto: Carol Garcia/GOVBA

 

As mulheres baianas vítimas de violência sexual vão contar com um atendimento especializado, por meio de uma equipe multidisciplinar, a partir da inauguração do Hospital da Mulher, na próxima segunda-feira (9). O Serviço de Atenção Integral a Mulheres Vítimas de Violência funcionará dentro da unidade hospitalar e acolherá as pacientes que, no atendimento prévio, vão receber profilaxia medicamentosa e pílula do dia seguinte para evitar a gravidez indesejada.

“As mulheres não precisarão mais passar pelo Instituto Médico Legal para realizarem a perícia médica que comporá o laudo da denúncia. Elas serão encaminhadas para o Hospital da Mulher, onde a equipe é humanizada e tem treinamento para ajudar a vítima a lidar com essa situação”, afirma o secretário de Saúde da Bahia (Sesab), Fábio Vilas-Boas.

Ainda sem estimativa de atendimento, o serviço conta com profissionais de psicologia, serviço social, medicina, enfermagem e recepção que passaram por treinamento com a equipe da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) e do Projeto Viver, serviço de atenção a pessoas em situação de violência sexual voltado, inclusive, para crianças. Conforme a coordenadora do serviço social do Hospital da Mulher, Ivana Lima, as mulheres que prestarem queixas serão encaminhadas pelas delegacias, porém o serviço também atenderá por demanda espontânea.

Foto: Carol Garcia
Foto: Carol Garcia/GOVBA

 

“Acolheremos mulheres e adolescentes, a partir de 12 anos, mesmo as que ainda não denunciaram o agressor. Aqui elas receberão escuta qualificada, atendimento clínico, cirúrgico e psicológico, bem como a administração de medicações para profilaxia de doenças sexualmente transmitidas”, explicou. Ainda de acordo com a coordenadora, inicialmente o acompanhamento é por seis meses, prazo que pode ser prorrogado a depender do estado da paciente.

“Aborto legal”- Além de atendimento nas áreas de ginecologia, mastologia e tratamento na área de reprodução humana, o hospital está preparado também para realizar abortos legais, que são autorizados pela Justiça quando a gravidez significa risco à vida da gestante ou quando resultar de estupro. “Essas mulheres também serão encaminhadas pela regulação para o Hospital da Mulher e aqui vai receber o apoio psicológico e social necessários para enfrentar a situação”, informa Ivana.

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