Publicado em 12/06/2017 às 09h43.

Trabalho infantil entre crianças de 5 a 9 anos aumenta no Brasil

Dia Internacional contra o Trabalho Infantil é celebrado nesta segunda-feira (12)

Redação
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

 

Em todo o Brasil, a mão de obra de crianças e adolescentes ainda é explorada de forma indiscriminada. Seja nos semáforos, nos lixões, em feiras, restaurantes, no campo, em indústrias, ou dentro de casa, os direitos à infância e à educação são negados para quase três milhões de menores no país, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O mapeamento mostra que o número de trabalhadores precoces corresponde a 5% da população, com idades entre 5 e 17 anos. A taxa de crianças economicamente ativas é 20% menor do que o registrado em anos anteriores, mas especialistas alertam que é possível haver uma interrupção na tendência de queda.

Desde 2013, o país tem registrado aumento dos casos de trabalho infantil entre crianças de 5 a 9 anos. Em 2015, ano da última pesquisa do IBGE, quase 80 mil crianças na faixa etária trabalhavam e, nas próximas consultas, quando elas estiverem mais velhas, podem promover o aumento do número de adolescentes. Cerca de 60% delas vivem na área rural das regiões Norte e Nordeste.

Representantes da rede de proteção à infância afirmam que o dado é preocupante e deve ser destacado nas campanhas realizadas para marcar o Dia Internacional contra o Trabalho Infantil, celebrado nesta terça-feira (12) em todo o mundo. A data foi instituída há 15 anos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para promover ações e mobilizar diferentes atores no combate ao trabalho infantil.

Riscos – As crianças que trabalham de forma irregular têm aprendizado, sonhos, brincadeiras e proteção substituídos por uma rotina de responsabilidade, exposição a perigos e risco de traumas. Segundo a OIT, em todo o mundo, cerca de 168 milhões de pequenos são obrigados a trabalhar, dos quais 85 milhões estão envolvidos em atividades consideradas perigosas.

No Brasil, de acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, desde 2007, quase 40 mil crianças e adolescentes sofreram algum tipo de acidente enquanto trabalhavam. Mais de 50% das ocorrências foram graves, o que inclui amputação de mãos e braços e até mortes.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o trabalho infantil também é uma das formas de violência contra a infância e a adolescência. Conforme a classificação internacional de violações, o Ministério da Saúde obriga, desde 2011, a fazer a notificação de casos suspeitos ou confirmados da violência no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) pelos profissionais de saúde.

Com informações da Agência Brasil.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.