Publicado em 08/07/2017 às 12h30.

Brasileiros ajudam em ‘caça’ europeia a exoplanetas

Missão da Agência Europeia Espacial terá orçamento de U$ 600 milhões

Redação

Com a presença de cientistas brasileiros, uma missão da Agência Espacial Europeia (ESA) explorará o espaço em escalas nunca antes vistas, com o objetivo de descobrir planetas habitáveis em outros sistemas solares. A missão Trânsitos Planetários e Oscilações das Estrelas (Plato, na sigla em inglês) recebeu o sinal verde em junho e agora tem financiamento garantido de U$ 600 milhões. A previsão de lançamento é para 2025.

Assim como outros telescópios caçadores de exoplanetas – como são chamados os planetas fora do Sistema Solar –, o Plato ficará em órbita em torno da Terra, enquanto observa o céu. Seu diferencial será ter 26 telescópios montados em uma só plataforma, o que eleva sua capacidade para rastrear estrelas e exoplanetas.

Segundo o astrofísico José Dias do Nascimento, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pesquisador da Universidade Harvard envolvido na missão, o que torna o Plato especial é a tecnologia das câmeras dos telescópios e os avanços científicos feitos a partir do legado de projetos anteriores.

“O CCD é a parte do telescópio que faz a detecção e o nosso é o mais potente construído, capaz de observar uma porção do céu muito maior em uma só exposição. Por outro lado, missões anteriores nos mostraram que as estrelas, por seu intenso magnetismo, têm ruídos intrínsecos que prejudicaram os resultados obtidos pelos telescópios. Agora, sabemos como filtrar isso”, contou.

Além de Nascimento, outros cientistas brasileiros estão ligados à missão Plato e coordenarão equipes no projeto, como Adriana Valio, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Eduardo Janot Pacheco e Jorge Meléndez, ambos da Universidade de São Paulo (USP). “O projeto é da ESA e o financiamento é 100% europeu, mas o Brasil entrou pela qualificação científica de seus pesquisadores, que foram convidados por sua liderança historicamente reconhecida em determinadas áreas da astronomia”, afirmou Nascimento.

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