Publicado em 11/10/2018 às 08h40.

Cantora transexual é agredida no Rio: ‘Estão usando Bolsonaro para nos atacar’

"De repente, nem é eleitor dele, mas usam isso como desculpa. Estão falando como se fosse legal isso de agredir (transexual)", observou a vítima

Redação
Foto: Reprodução Arquivo pessoal
Foto: Reprodução Arquivo pessoal

 

A transexual Jullyana Barbosa, que é cantora e já atuou no grupo Furacão 2000, foi agredida no Rio de Janeiro, com gritos de homofobia e apologia ao candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro. Ao site UOL, ela afirmou que o nome do presidenciável está sendo usado para justificar agressões ao público LGBT, sejam apoiadores do candidato ou não.

A vítima passava por uma passarela quando foi ofendida. “Antes de eu chegar na passarela, começaram a gritar ‘viado’, ‘lixo’, ‘tem que matar esse lixo’, ‘tomara que o Bolsonaro ganhe para matar esse lixo’. Aí começaram a falar de doença, ligado a AIDS, e acho que isso é pegar pesado então reagi. Disse: ‘Fala na minha cara.’ Um dos caras pegou uma daquelas barras de ferro de segurar barraca e bateu na minha cabeça. Cai ao lado da Dutra. ‘Tontiei’ e estou cheio de marcas. Botei a mão no pescoço e vi que estava cheio de sangue”, contou ao site.

Barbosa sentiu-se impotente porque disse que, de início, poucas pessoas a ajudaram e havia muita gente em ônibus indo para o trabalho. “Enquanto isso, eu era executada como um bicho. Fiquei muito triste”.

“Esses escrotos usam essa coisa (do Bolsonaro). Estão usando isso para nos atacar. De repente, nem é eleitor dele, mas usam isso como desculpa. Estão falando como se fosse legal isso de agredir (transexual)”, observou.

Denúncia — Barbosa teve que tomar 10 pontos na cabeça no posto médico. De acordo com a publicação, inicialmente, ela não queria registrar o caso por conta de vergonha. Mas, por incentivos de pessoas próximas e da Associação LGBT de Nova Iguaçu, foi registrar o caso.

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