Publicado em 27/03/2017 às 16h45.

Chico Picadinho será solto após 41 anos de prisão

O criminoso de 74 anos, conhecido nacionalmente por seus crimes nas décadas de 1960 e 1970, deixa a prisão no dia 1º de julho deste ano

Luiza Lopes
Imagem: Divulgação.
Imagem: Divulgação.

 

O criminoso Chico Picadinho de 74 anos, conhecido nacionalmente por crimes com requintes de crueldade nas décadas de 1960 e 1970, será solto no dia 1º de julho deste ano. Ele está preso há 41 anos, 11 a mais que o máximo permitido por lei. O caso foi revelado neste domingo (26) em reportagem do “Fantástico”, da Rede Globo.

Francisco da Costa Rocha entrou para a história após cometer os crimes mais violentos do Brasil na época. Em 1964, ele matou e esquartejou a austríaca Margareth Suida durante uma relação sexual e foi condenado a oito anos na cadeia, solto por bom comportamento. Dois anos depois, ele matou Ângela da Silva sob as mesmas circunstâncias e acabou sendo preso antes de sumir com o corpo, denunciado por um amigo.

A juíza da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, Sueli Zeraik de Oliveira Armani, é a responsável por requisitar o pedido de soltura.

“A permanência dele nesse estabelecimento prisional é arbitrária. Segundo o artigo 75 do Código Penal, ninguém pode ficar preso initerruptamente por um prazo superior de 30 anos no Brasil e ele já está há 40 anos”, disse em entrevista.

Chico Picadinho terminou de cumprir a pena em 1998 na Casa de Custódia de Taubaté. Na época, ele pediu para ser libertado, mas o pedido foi negado pela Justiça.

Um exame psiquiátrico feito pela polícia diagnosticou que Chico tem personalidade psicopática, com manifestações sádicas.

O Ministério Público apoia a decisão. “Ele é um preso exemplar. Sua dívida para o Estado ele já cumpriu, agora é o momento de colocar ele na rua”, declarou o promotor Luiz Marcelo Negrini. Entretanto, o psiquiatra Charles Kiraly, que trabalhou na Casa de Custódia de Taubaté por 17 anos, afirmou que Chico ainda é um perigo para a sociedade.

“A pessoa que é psicopata vai ser para sempre. Nenhum tipo de tratamento usado até hoje funcionou. E o legislador deveria ter formas de contenção de pessoas que são antissociais e não podem conviver na sociedade, que elas vão necessariamente cometer crimes terríveis.”

Chico vive hoje sozinho em uma cela e não recebe visitas. Um funcionário relatou que ele convive bem com os outros detentos, trabalha na biblioteca, gosta de ler e pinta quadros.

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