Publicado em 04/12/2015 às 20h20.

Joaquim Levy: ‘processo de impeachment não afasta investidores’

Segundo o ministro da Fazenda, o processo de impeachment ajuda a eliminar incertezas que há vários meses pairavam sobre o governo

Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta sexta (4), na capital paulista, não acreditar que a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff levará ao afastamento de investidores do país. Ele participou de reunião com empresários na sede da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).

“Não é só com planos de governo, mas criando instrumentos legais, construídos com a sociedade, que você vai mostrar para onde o governo quer ir, qual o compromisso do governo. E este é o momento de deixar isso ainda mais claro, o que a gente quer, o que a gente acredita. Por isso acho que o impeachment, ao contrário, não atrapalha em nada. É até um motivador para trazer mais transparência e reafirmar os compromissos do governo com a política econômica”, declarou.

Levy disse que a instabilidade política tem afetado o Produto Interno Bruto (PIB) e a arrecadação, mas disse que a abertura do processo de impeachment ajuda a eliminar incertezas que há vários meses pairavam sobre o governo e tinham impacto sobre a economia.

“Trazer clareza para esse processo [político] é positivo. A presidenta teve muita tranquilidade para deixar claro que, se havia um desejo reprimido de avançar no processo [de impeachment], não há por que recear. Então acho que, quando a gente encara as coisas, melhor, e, quando tem algo a propor, consegue articular e só tem a ganhar em deixar tudo claro”, complementou.

O ministro destacou que o Ministério da Fazenda tem se empenhado em construir perspectivas claras sobre o rumo da economia. Ele foi à Abdib apresentar um projeto de lei, formulado por especialistas, que pretende facilitar investimentos em grandes projetos de infraestrutura.

Para Levy, a proposta traz regras estáveis, que preparam as bases para o crescimento econômico e melhoram a competitividade. “Em paralelo a estabelecer um regime fiscal sustentável, que traga confiança, temos de fazer aquelas mudanças estruturais que criem um novo ambiente para as empresas trabalharem”, disse.

O ministro informou que empresas do setor de infraestrutura e construção já manifestam a necessidade de um novo marco regulatório que dê mais segurança jurídica para investimentos, especialmente em grandes projetos, como ferrovias, portos e aeroportos. “Um ambiente com contratos mais claros, que tenha mais eficiência, que tenha mais governança”, ressaltou.

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