Publicado em 03/11/2018 às 07h13.

Jungmann rebate críticas de delegados do Rio sobre caso Marielle

Em nota, o ministro a firmou que “em nenhum momento identificou os agentes públicos que poderiam estar envolvidos com uma possível rede de proteção a criminosos”

Agência Brasil
Foto: Jane de Araújo/ Agência Senado
Foto: Jane de Araújo/ Agência Senado

 

Luiza Damé

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann rebateu as críticas de entidades de delegados do Rio de Janeiro contra a abertura de investigação paralela da Polícia Federal (PF) sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Em nota divulgada no início da noite de sexta-feira (2), o ministro afirmou que “em nenhum momento identificou os agentes públicos que poderiam estar envolvidos com uma possível rede de proteção a criminosos”.

Jungmann disse ter informado os termos da determinação da Procuradoria-Geral da República para que a Polícia Federal investigasse essa possibilidade, “a partir de denúncias graves obtidas pelo Ministério Público Federal”. Ele esclareceu que a medida não configura a federalização das investigações dos assassinatos da vereadora e do motorista Anderson Gomes, que continuam a cargo das autoridades policiais estaduais.

Na quinta-feira (1º), Jungmann tinha informado que o Ministério Público Federal obteve dois depoimentos com denúncias de que uma organização criminosa teria atuado para desviar as investigações e dificultar a identificação dos autores e dos mandantes do assassinato. Ele esclareceu que a Polícia Federal vai entrar no caso a pedido da Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge.

Em nota divulgada nesta sexta, o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindelpol-RJ) e a Associação dos Delegados de Polícia (Adepol-RJ) lamentaram as declarações de Jungmann e afirmaram que o ministro tentou “capitalizar dividendos políticos em cima da investigação dos homicídios”. Marielle e Anderson foram assassinados em março deste ano.

Para os delegados do Rio de Janeiro, Jungmann está “dando maior credibilidade à palavra do referido criminoso em detrimento de agentes do Poder Público de notória história de combate à criminalidade”. Pela nota das duas entidades, a denúncia que chegou ao Ministério Público Federal foi feita “por um miliciano homicida desacompanhada de qualquer outro elemento de prova que pudesse ratificar suas declarações”.

O Sindelpol e a Adepol afirmam que a decisão de Jungmann “tenta induzir um descrédito da sociedade na polícia investigativa”. Isso, segundo as duas entidades, “interessa aos marginais e representa uma total inversão de valores, dissociada do anseio da população”.

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