Publicado em 11/06/2016 às 11h00.

Pesquisa indica que jovens são mais afetados pelo desemprego

Mais de um quarto da população jovem está à procura de emprego e não encontra

Agência Brasil
Foto:Jornal Zona Norte/ Fotos Públicas
Foto:Jornal Zona Norte/ Fotos Públicas

 

O aumento do desemprego entre os jovens, a perda de renda e o retrocesso da massa salarial são os destaques da Carta de Conjuntura sobre o mercado de trabalho, divulgada nesta sexta-feira (10), no Rio de Janeiro, pelo Grupo de Conjuntura (Gecon) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esses são elementos importantes para análise da economia como um todo, disse o coordenador do Gecon, José Ronaldo de Castro Souza Júnior.

De acordo com o documento, os jovens na faixa etária de 14 a 24 anos foram os mais afetados pelo desemprego no primeiro trimestre deste ano. Entre esses jovens, o desemprego subiu de 15,25% no quarto trimestre de 2014 para 20,89% no mesmo período de 2015, avançando entre janeiro e março de 2016 para 26,36%. Entre os adultos até 59 anos, o desemprego atingiu 7,91% no acumulado deste ano até março.

Para Souza Júnior, tradicionalmente o desemprego entre os jovens é maior que nas demais faixas etárias. “O aumento dos jovens foi muito pronunciado e está em um nível extremamente elevado”. Mais de um quarto da população jovem está procurando emprego, mas não encontra, afirmou o economista.

Nem-nem-  O documento do Ipea mostra que a taxa de ocupação de jovens vem caindo desde 2013. O movimento observado entre os jovens é que estão deixando de ser ocupados para passar à situação de desempregados. No terceiro trimestre de 2012, a taxa de jovens ocupados atingiu o pico de 44%, caindo para 37% no primeiro trimestre de 2016, enquanto os jovens desocupados, que eram 8% até 2015, subiram para 12,2% este ano. Entre aqueles denominados “nem-nem”, que nem estudam, nem trabalham, a taxa permaneceu estável em 13%.

Regiões- A Carta de Conjuntura confirma que o maior desemprego (12,80%) no primeiro trimestre deste ano é registrado no Nordeste, seguido pelo Sudeste (11,38%) e pelo Norte (10,48%). O desemprego atinge mais as mulheres (12,75%) que os homens (9,48%). Entre os que não são chefes de família, chega a 15% e entre os que são  a 6,07%. O percentual de desempregados com ensino médio incompleto é de 14,95%.

O coordenador destacou que, embora a Região Sul do país mostre uma taxa de desemprego ainda menor, ela apresentou a maior alta. Passou de 3,77%, no quarto trimestre de 2014, para 7,35% em 2016. “O aumento do desemprego no Sul foi muito expressivo”. O Sudeste também aumentou de forma considerável, mais do que o Norte e Nordeste. O desemprego registrou taxa de 6,60% no Sudeste do país no fim de 2014.

Rendimento- O rendimento médio do trabalho no primeiro trimestre de 2016 alcançou R$ 1.974, inferior a R$ 2.040 registrado no fim de 2014 e início de 2015.

De acordo com o boletim do Ipea, “a queda generalizada nos rendimentos, somada à queda na ocupação, fizeram com que, entre fevereiro e abril de 2016, a massa salarial chegasse a R$ 173 bilhões (considerando reais de março), mesmo patamar em que se encontrava há três anos”.

O coordenador do Gecon disse ainda que a taxa de crescimento anual da massa salarial iniciou trajetória declinante em meados de 2015, atingindo queda de 4,3% no trimestre janeiro/março deste ano.

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