Publicado em 11/12/2015 às 08h12.

PF investiga na Bahia superfaturamento em obras no São Francisco

Além da Bahia, mais oitos estados estão na lista da operação Vidas Secas – Sinhá Vitória

Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta sexta-feira (11), a Operação Vidas Secas – Sinhá Vitória, que investiga o superfaturamento de obras de engenharia executadas por empresas em dois dos 14 lotes da transposição do Rio São Francisco. Empresários do consórcio OAS/Galvão/Barbosa Melo/Coesa utilizaram empresas de fachada para desviar cerca de R$ 200 milhões das verbas públicas. Os valores eram destinados à transposição do rio, no trecho que vai do agreste de Pernambuco até a Paraíba. Os contratos investigados, até o momento, são de R$ 680 milhões.

Em Salvador, foi cumprido um mandado de busca no condomínio Alphaville, na Avenida Paralela, onde fica a residência do presidente da OAS José Aldemário Pinheiro Filho – o Léo Pinheiro –, que chegou a ficar preso por seis meses na sede da PF em Curitiba, por envolvimento no esquema descoberto pela Operação Lava Jato. Ele foi condenado a 16 anos de reclusão pelo juiz Sérgio Moro por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Os documentos apreendidos já foram encaminhados para sede da PF, em Pernambuco.

Segundo a PF, as investigações apontaram que algumas empresas ligadas à organização criminosa estariam em nome de um doleiro e também envolvem um lobista, ambos investigados na Operação Lava Jato.

Ao todo, foram expedidos 32 mandados judicias, sendo 24 de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva e quatro de prisão, em Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio grande do Sul, Bahia e Brasília. Cerca de 150 policiais federais participam da operação.

Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, fraude na execução de contratos e lavagem de dinheiro.

A PF explicou que o nome da operação, Sinhá Vitória, representa a mulher do sertão, que não se rende à miséria. Uma personagem descrita no livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, como uma mulher forte, que fazia as contas do pagamento recebido do dono da fazenda onde trabalhavam sempre chegando à conclusão de que eram roubados.

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