Publicado em 14/03/2018 às 15h52.

Repórter é assediada ao vivo por torcedor em jogo da Libertadores

Bruna Dealtry cobria uma partida entre Vasco e Universidade de Chile quando recebeu um beijo na boca de um total desconhecido

Redação
Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.

 

Poucos dias após o Dia Internacional das Mulheres, que inspirou várias declarações de luta e mudança, um acontecimento anunciou a volta da realidade: Bruna Dealtry, repórter do Esporte Interativo, entrou para a interminável lista de mulheres assediadas ao ser ‘atacada’ ao vivo durante uma cobertura de futebol. Na noite desta última terça-feira (13), a jornalista cobria uma partida entre Vasco e Universidade de Chile pela Libertadores e foi surpreendida por um dos torcedores com um beijo na boca.

Dealtry, que estava ao vivo durante a situação, falou: “Isso não foi legal, né? Isso não precisava, mas aconteceu e vamos seguir o baile por aqui”. E, na manhã desta segunda-feira (14), se manifestou nas redes sociais sobre o acontecimento:

“Mas hoje, senti na pele a sensação de impotência que muitas mulheres sentem em estádios, metrôs, ou até mesmo andando pelas ruas. Um beijo na boca, sem a minha permissão, enquanto eu exercia a minha profissão, que me deixou sem saber como agir e sem entender como alguém pode se sentir no direito de agir assim. Com certeza o rapaz não sabe o quanto eu ralei para estar ali. O quanto eu estudei e me esforcei para ter o prazer de poder contar histórias incríveis e estar em frente às câmeras mostrando tudo ao vivo”, escreveu ela em seu Instagram.

“Mas pelo simples fato de ser uma mulher no meio de uma torcida, nada disso teve valor para ele. Se achou no direito de fazer o que fez. Hoje, me sinto ainda mais triste pelo que aconteceu comigo e pelo que acontece diariamente com muitas mulheres, mas sigo em frente como fiz ao vivo. Com a certeza que de cabeça erguida vamos conquistar o respeito que merecemos e que o cidadão que quis aparecer é quem deve se envergonhar do que fez. Sou repórter de futebol, sou mulher e mereço ser respeitada”, concluiu a repórter.

Confira a postagem abaixo:

Sempre fui uma repórter que adora uma festa de torcida. Não me importo com banho de cerveja, torcedor pulando, pisando no meu pé… sempre me deixo levar pela emoção e tento sentir o momento para fazer o meu trabalho da melhor maneira possível. Sempre me orgulhei por ter uma boa relação com todas as torcidas e por ser tratada com muito respeito!! Mas ontem, senti na pele a sensação de impotência que muitas mulheres sentem em estádios, metrôs, ou até mesmo andando pelas ruas. Um beijo na boca, sem a minha permissão, enquanto eu exercia a minha profissão, que me deixou sem saber como agir e sem entender como alguém pode se sentir no direito de agir assim. Com certeza o rapaz não sabe o quanto eu ralei para estar ali. O quanto eu estudei e me esforcei para ter o prazer de poder contar histórias incríveis e estar em frente às câmeras mostrando tudo ao vivo. Faculdade, cursos, muitos finais de semana perdidos, muitos jogos de futebol analisados, estudo tático, técnico, pesquisas etc. Mas pelo simples fato de ser uma mulher no meio de uma torcida, nada disso teve valor para ele. Se achou no direito de fazer o que fez. Hoje, me sinto ainda mais triste pelo que aconteceu comigo e pelo que acontece diariamente com muitas mulheres, mas sigo em frente como fiz ao vivo. Com a certeza que de cabeça erguida vamos conquistar o respeito que merecemos e que o cidadão que quis aparecer é quem deve se envergonhar do que fez. Sou repórter de futebol, sou mulher e mereço ser respeitada.

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