Publicado em 07/02/2017 às 08h55.

Sem policiamento, ES tem 68 homicídios em quatro dias

Mesmo com a presença do Exército nas ruas, Vitória segue sem ônibus, escolas e parte do comércio de portas fechadas; Policiais Civis avaliam aderir a movimento grevista

Redação
 Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo
Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

 

Ao menos 68 homicídios foram registrados desde sábado (4) em todo o estado do Espírito Santo, quando um movimento de mulheres de policiais militares passou a impedir que eles saíssem às ruas. A informação é do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindipol).

Mesmo com o Exército nas ruas nesta terça-feira (7), a Grande Vitória segue com escolas, postos de saúde e parte do comércio fechado. Os ônibus também não circulam. O governo não confirma o número. Dois coletivos foram incendiados na noite de domingo (5) e há relatos de arrastões e de assaltos a lojas.

Assembleia – O vice-presidente do Sindipol, Humberto Mileip, afirmou que, depois dos policiais militares, os civis também poderão entrar em greve no Espírito Santo. “Nosso salário é um dos mais baixos do Brasil. Nos últimos anos, não houve recomposição por causa da inflação”, justifica.

Uma assembleia da categoria foi marcada para quinta-feira (9). Acionado, o governo do Espírito Santo afirmou nem ter conhecimento da possibilidade de paralisação anunciada pelo sindicato. Em vídeo, o chefe da Polícia Civil, Guilherme Daré, afirmou que os delegados dão apoio “incondicional” ao governo e, no momento, a corporação se empenha para apurar as causas dos homicídios e crimes contra o patrimônio. “E não vamos descansar enquanto não descobrirmos os autores desses crimes bárbaros. É o nosso compromisso com a sociedade capixaba”, afirmou.

Em nota, a entidade de classe se solidarizou com os militares e alertou filiados a como procederem durante a paralisação do policiamento. “Diante do justo, legítimo e necessário movimento realizado pelos familiares dos policiais militares do Estado do Espírito Santo, que provocou o aquartelamento, o Sindipol-ES alerta os policiais civis e toda sociedade que a estrutura da segurança pública do Estado está comprometida. Por isso, o Sindicato pede que os policiais civis não arrisquem suas vidas e aceitem desvios de função”.

O texto diz ainda que a associação “entende que os policiais civis que desempenham suas atribuições de polícia judiciária e nas ruas também dependem dos profissionais da coirmã Polícia Militar para realizar um trabalho digno e com segurança para si e para a sociedade. Desta maneira, alertamos para que os policiais civis não coloquem suas vidas em risco”. O comunicado termina com a frase “lembrem-se: segurança nunca é demais”.

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