Publicado em 14/03/2019 às 17h12.

Site de extremista brasiliense deu dicas a autores de massacre em Suzano

Página era comandada por Marcelo Mello até maio de 2018, quando policiais federais o prenderam, mas o site continua ativo

Redação
Foto: Reprodução/YouTube
Foto: Reprodução/YouTube

 

Os jovens responsáveis pelo massacre em uma escola de Suzano, interior de São Paulo, receberam dicas de um extremista brasiliense antes de praticar o crime.

Segundo informações do Correio Braziliense, Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25, atiradores que mataram oito pessoas e depois se suicidaram na Escola Estadual Raul Brasil, na Região Metropolitana de São Paulo, usaram o Dogolachan, maior fórum de propagação de ódio na internet brasileira, para juntar dicas e fazer planos para o ataque.

A página foi criada por Marcelo Valle Silveira Mello, condenado por racismo, coação, associação criminosa, incitação ao cometimentos de crimes, divulgação de imagens de pedofilia e terrorismo cometidos na internet. Entre outros, ele havia anunciado um atentado na Universidade de Brasília (UnB) e feito ameaças a uma professora da instituição.

O Dogolachan só é acessível na dark net, conhecido por ser um espaço para debate sobre prática de crimes, violação de direitos humanos, propagação de racismo, homofobia e misoginia.

Na quinta-feira (13), após o atentado, integrantes do fórum chegaram a celebrar os assassinatos no interior de São Paulo, incitando mais ações de violência.

Uma semana antes, um dos atiradores publicou um agradecimento ao administrador do fórum, conhecido como DPR. “Muito obrigado pelos conselhos e orientações, DPR. Esperamos do fundo dos nossos corações não cometer esse ato em vão. (…) Nascemos falhos, mas partiremos como heróis. (…) Ficamos espantados com a qualidade, digna de filmes de Hollywood”, diz a mensagem.

Um tópico com as dicas pedidas pelos atiradores enquanto planejavam o massacre foi classificado como secreto por DPR, que mudou sua URL para não ser achado em futuras investigações de autoridades, revelou o portal de notícias R7.

O administrador deu detalhes de como ajudou os dois atiradores a conseguirem armas, além de descrever Guilherme como um “um bom garoto que acabou descobrindo da pior forma possível que brincadeiras podem ser tornar pesadelos reais”.

Segundo o mesmo texto de DPR, o “Luiz entrou em contato para buscar um canal onde ele obtivesse fácil acesso a um revolver calibre 22”, e logo depois lhe apresentou Guilherme. Ele encerra a publicação afirmando que as conversas foram deletadas e jamais irá revelar o teor exato delas.

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