Publicado em 14/11/2017 às 16h00.

Zika e crise podem ser motivos para recuo de nascimentos, aponta IBGE

A redução é a mais acentuada desde 2006 e confronta tendência de crescimento que vinha desde 2010; órgão sugere zika vírus e crise financeira como causas

Redação

Na contramão da tendência de crescimento, que vinha desde 2010, o índice de nascidos, no Brasil, caiu 5,1% em 2016. Houve 2,79 milhões de registros de nascimentos, 151 mil a menos do que em 2015. O dado faz parte do levantamento anual Estatísticas de Registro Civil, divulgado nesta terça-feira (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O fenômeno pôde ser observado em todas as regiões do país.

A queda do número de nascenças já era esperada, dado o envelhecimento da população e redução da taxa de fecundidade. No entanto, a proporção do recuo, o mais acentuado desde 2006, surpreendeu os pesquisadores.

Os profissionais do IBGE pressupõem que a queda do número de nascidos se deve ao surto de zika vírus, que inibiu mulheres de engravidarem. A hipótese se reforça porque Pernambuco, que registrou muitos casos da doença, foi o estado detentor do número mais expressivo de declive entre todas as unidades federativas.

É possível também que a crise financeira tenha sido outro fator agravante e desestimulado casais a terem filhos.

O instituto divulgou ainda que a idade das mães se manteve a mesma de 2015, o que confirma que as mulheres estão postergando a maternidade. No intervalo entre 2006 e 2016, mais mulheres passaram a parir depois dos 30 anos e foi reduzido o número de mães jovens.

Nortistas e nordestinas figuram no topo da lista das mais jovens a dar à luz. Na região Norte, há maior concentração no grupo de idade de 20 a 24 anos, correspondente a 29,6% dos nascidos.

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