Publicado em 08/12/2016 às 15h40.

Abinee admite frustração do setor com economia pós-impeachment

Segundo Humberto Barbato, presidente da entidade que representa a indústria elétrica e eletrônica, havia a expectativa de que reformas fossem acontecer de forma mais rápida

Jaciara Santos
Humberto Barbato, presidente da Abinee (Foto: Reprodução / Youtube)
Barbato: ‘Como empreendedor, gostaria que os juros caíssem mais rápido’ (Foto: Reprodução / Youtube)

 

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, admitiu nesta quinta-feira (8) frustração das expectativas do setor para o andamento da economia no pós-impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff. “Mas a culpa é mais nossa do que do governo porque esperávamos que as reformas necessárias ao país e à indústria fossem acontecer de forma rápida”, disse Barbato. Para ele, está muito difícil fazer projeções dentro deste ambiente político turbulento.

“A estratégia do governo de encaminhar as propostas de reformas lentamente fez com que as nossas previsões se tornassem muito otimistas”, disse Barbato. Mas ele disse que continua esperando que a taxa de juro caia mais rapidamente.

“Hoje, se olharmos a inflação, vejo que os juros estão muito altos. Acredito que os integrantes do Banco Central são qualificados para saber qual ritmo devem imprimir no processo de queda na taxa de juros. Mas como empreendedor, gostaria que os juros caíssem mais rápido”, disse o presidente da Abinee.

Efeito Trump – Perguntado sobre quais seriam os possíveis impactos de adoção de políticas protecionistas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a atividade da indústria eletroeletrônica, Barbato disse não prever nenhum impacto catastrófico.

De acordo com ele, muitas das medidas que Trump tem afirmado que adotará são voltadas para controlar a invasão de produtos chineses no mercado norte-americano. “Nossa presença nos EUA não gera um grande problema para a indústria norte-americana.”

2017 – A indústria eletroeletrônica projeta para 2017 crescimento de 1% em termos nominais do setor em relação a 2016. Esta projeção, de acordo com a entidade, é compatível com a nova estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano.

As exportações e as importações devem permanecer estáveis no próximo ano, assim como o emprego. Ainda de acordo com a entidade, os investimentos da indústria eletroeletrônica devem voltar a apresentar ligeiro crescimento de 2% no ano que vem, atingindo R$ 2,5 bilhões.

De acordo com o presidente da Abinee, o setor deve investir por causa da sua necessidade de renovar pelo menos o suficiente para continuar sobrevivendo.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.