Publicado em 26/04/2016 às 12h20.

Calote ganha força no norte e no nordeste, diz estudo da Serasa

A principal conclusão é que, na maioria dos casos, quanto maior o desemprego e menor o rendimento, mais alto é o índice de inadimplência do consumidor

Agência Estado
Foto: Divulgação Sindiquimicos
Foto: Divulgação Sindiquimicos

 

Das dez capitais do país com maior parcela de brasileiros inadimplentes, nove são das regiões norte e nordeste, que registram os maiores índices de pobreza e desemprego e os menores rendimentos recebidos pelas pessoas ocupadas. A influência da alta do desemprego e da queda na renda no aumento do calote do consumidor, algo que parece intuitivo, foi comprovada em um estudo feito pela Serasa Experian, empresa especializada em informações financeiras.

O estudo relacionou a taxa de inadimplência do consumidor em cada uma das 27 capitais dos estados, com o índice de desemprego e a renda média mensal dos trabalhadores, ambos indicadores apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua) do IBGE no trimestre outubro/ dezembro de 2015. A principal conclusão é que, na maioria dos casos, quanto maior o desemprego e menor o rendimento, mais alto é o índice de inadimplência do consumidor.

O levantamento mostra que, entre as nove capitais com os maiores índices de inadimplência, em sete delas o rendimento está entre os dez piores do país. Cinco dessas capitais têm as taxas de desemprego mais altas.

Luiz Rabi, economista responsável pelo estudo, pondera que outras variáveis também influenciam a inadimplência, como o nível educacional e questões de saúde, além de aspectos culturais. “Mas o estudo não considerou essas outras variáveis e o objetivo foi fazer uma análise mais macroeconômica”, explica.

Quem liderou a lista com a maior taxa de inadimplência, com 38,1%, foi Manaus, que tinha no último trimestre de 2015 a sexta maior taxa de desemprego (11,1%) entre as capitais analisadas e o décimo menor rendimento médio mensal (R$ 2.020), nas mesmas bases de comparação. “A crise atual afeta, principalmente, os consumidores mais pobres, que não têm uma poupança para enfrentar períodos de dificuldade. Eles vivem da mão para a boca”, observa Rabi.

Por isso, argumenta o economista, os indicadores de alta de calote, de avanço do desemprego e de queda na renda têm forte relação.

Em contrapartida, o estudo mostra que Florianópolis ocupa a última posição no ranking do calote (22,3%), com uma das menores taxas de desemprego (5,9%) e um dos maiores rendimentos mensais dos ocupados (R$ 2.962).

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