Publicado em 08/06/2018 às 18h43.

Dólar cai mais de 5,5% ante o Real, maior queda em quase 10 anos

Moeda norte-americana recuou 5,59%, a R$ 3,70 na venda, maior queda percentual desde 13 de outubro de 2008, quando despencou 7,74%

Reuters
Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

 

A atuação mais firme do Banco Central no mercado de câmbio e o lembrete do presidente da autoridade, Ilan Goldfajn, de que há outros instrumentos que pode usar para ampliar a liquidez surtiu efeito e o dólar despencou mais de 5,5 por cento nesta sexta-feira, voltando ao patamar de 3,70 reais, maior tombo em quase dez anos.

O dólar recuou 5,59 por cento, a 3,7065 reais na venda, maior queda percentual desde 13 de outubro de 2008, quando despencou 7,74 por cento. Com este movimento, acabou limando a alta que vinha acumulando no mês.

Nos três pregões anteriores, a moeda norte-americana havia subido 4,87 por cento, sendo 2,28 por cento apenas na véspera. Na mínima da sessão, o dólar foi a 3,6935 reais.

Na semana, o dólar acumulou queda de 1,60 por cento. O dólar futuro caía cerca de 5 por cento no final da tarde.

“O BC demorou a vir a público, deixando o mercado num ponto de tensão tão violenta que chegou muito perto de 4 reais… Mas foi só aparecer, dizer que estava atento, já deu uma tranquilizada”, comentou o diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, Durval Correa.

Na noite passada, Ilan informou que serão ofertados 20 bilhões de dólares adicionais em swaps cambiais tradicionais —equivalentes à venda futura de dólares— até o fim da próxima semana. E acrescentou que, se necessário, o BC poderá fazer leilões de linha, venda de dólares com compromisso de recompra, ou até mesmo vender dólares das reservas no mercado à vista.

Ele ainda afastou a possibilidade de reunião extraordinária do Comitê de Política Monetária (Copom) para mudar a taxa de juros, e reforçou as mensagens nesta sexta-feira.

O mercado ficou mais nervoso nos últimos dias em meio a preocupações com a situação fiscal do país, após a greve dos caminhoneiros gerar impacto bilionário sobre as contas públicas.

A cena política também pesava, a poucos meses da eleição presidencial e sem que um candidato que o mercado considera mais reformista decolando nas pesquisas de intenção de voto. E essas preocupações ainda continuavam entre os investidores.

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