Projeção para inflação 2016 sobe no cenário e segue acima da meta
Em 2017, a margem de tolerância será reduzida para 1,5; expectativa do BC para a inflação de 2017 caiu no cenário de referência
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta quinta-feira, 16, informou que a projeção de inflação da instituição para 2016 no cenário de referência aumentou ante a ata anterior e se situa acima do centro da meta. O BC não divulga qual a taxa prevista na ata, mas pelo Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março, a estimativa estava em 6,6% para o fim deste ano pelo cenário de referência. Uma nova edição desse documento está prevista para o fim deste mês.
No caso em que o BC usa variáveis de mercado para desenhar seu cenário, a estimativa da autoridade monetária também aumentou, continuando acima do centro da meta. No RTI, por esses mesmos parâmetros, a previsão do BC estava em 6,9% para este ano.
No Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, 13, a mediana das estimativas dos analistas para o IPCA de 2016 subiram para 7,19%.
A ata traz o detalhamento sobre a decisão da semana passada de manter, pela sétima vez consecutiva, a taxa básica de juros em 14,25% ao ano em decisão unânime. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e está em 4,5% para 2016 e 2017. Em 2017, a margem de tolerância será reduzida dos atuais 2 pontos porcentuais (pp) para cima ou para baixo para 1,5 pp. No fim deste mês, o CMN pode referendar ou mudar o objetivo do ano que vem e vai estipular a meta de 2018.
A ata desta quinta-feira ressalta que o cenário de referência leva em conta uma taxa de câmbio de R$ 3,60 e Selic em 14,25% ao ano. No documento anterior, o BC trabalhava com a cotação do dólar em R$ 3,55. Já o cenário de mercado considera estimativas para câmbio e juros de analistas de mercado às vésperas do encontro da diretoria para definir o rumo da Selic.
2017 – Em meio às especulações sobre um ajuste sobre a meta de inflação do ano que vem, o Banco Central informou que sua expectativa para a inflação de 2017 caiu no cenário de referência e deixou de estar ao redor da meta de 4,5% para agora atingi-la. No caso do cenário de mercado, a projeção da autoridade monetária para o ano também caiu, mas permaneceu acima do centro da meta. As informações foram divulgadas por meio da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, que manteve a taxa básica de juros em 14,25% ao ano.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março, o BC informou que sua previsão para o IPCA de 2017 estava em 4,9% no cenário de referência e em 5,4% no de mercado. Nova edição do RTI está prevista para o fim deste mês.
O BC vinha mantendo o discurso de que a inflação deverá se situar entre o centro (4,5%) e o teto (6,5%) estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) este ano e que, em 2017, convergiria para o centro de 4,5% – o teto do ano que vem é menor, de 6,00%.
O novo presidente da casa, Ilan Goldfajn, até agora não se comprometeu com prazos, mas enfatizou que o objetivo do BC será sempre atingir o centro do alvo. No Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, a mediana das previsões para o IPCA de 2017 segue em 5,50% há quatro semanas.
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