Publicado em 14/10/2016 às 19h00.

Redução no preço de combustíveis é benéfica à inflação, diz Meirelles

Ministro da Fazenda aplaude decisão anunciada nesta sexta-feira pela Petrobras e garante: não houve interferência do governo federal

Jaciara Santos
Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante  audiência pública da Comissão Especial sobre Novo Regime Fiscal (PEC 241/16), na Câmara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Meirelles: ‘Decisão é favorável do ponto de vista da inflação’ Foto: (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou nesta sexta-feira (14) que a decisão da Petrobras em reduzir os preços da gasolina e do diesel a partir da zero hora deste sábado (15) é positiva para a inflação e reflete a nova política da companhia. Segundo ele, não houve interferência do governo federal na decisão anunciada hoje pela empresa.

“O que nós temos enfatizado é que a mudança no preço da gasolina é uma decisão da Petrobras. É uma grande mudança que os preços dos combustíveis deixaram de ser definidos pelo Executivo tendo em vista alguns objetivos outros de política econômica”, afirmou Meirelles.

Nas refinarias, a redução média do diesel será de 2,7% e da gasolina em 3,2%. Essa é a primeira diminuição do preço combustível desde 2009, e o impacto nas bombas de combustíveis pode chegar a R$ 0,05 tanto para a gasolina quanto para o diesel

“Não há dúvidas de que nesse caso específico a decisão é favorável do ponto de vista da inflação, mas isso é uma decisão clara da Petrobras e autônoma. Essa uma das características dessa política econômica: respeitar a realidade. A Petrobras tem que seguir a sua política de uma empresa que tem responsabilidade com seus acionistas e com o país, sendo uma empresa viável que cumpre as suas obrigações”, completou.

Repatriação – O ministro disse ainda que o governo ainda considera possível a votação de mudanças na Lei da Repatriação no Congresso Nacional, mas disse que o Executivo não irá “patrocinar” alterações na atual legislação que, repetiu, já seria adequada. Sem antecipar os valores das declarações de regularização de ativos já realizadas, Meirelles disse que os montantes mudarão se a lei mudar, mas disse acreditar que a arrecadação prevista será alcançada em qualquer dos cenários.

“Não houve acordo nesta semana no Congresso para a votação (de mudanças na Repatriação), mas existe um processo de discussão entre governadores e suas respectivas bancadas e diversos partidos políticos. Existe uma grande possibilidade de ser votado na próxima semana”, declarou.

Meirelles lembrou que a Fazenda respeitará as decisões soberanas do Legislativo. Entre as mudanças previstas no projeto que tramita na Câmara dos Deputados está o adiamento do prazo final para as declarações de 31 de outubro para 16 novembro. O projeto também propõe dividir a arrecadação de multas da regularização com o estados que, pela lei original, só têm direito a receber parte do Imposto de Renda devido.

“Se for votado e houver aperfeiçoamento da lei, será muito bem-vindo. Caso não seja votado, a lei atual é adequada e já existe um número substancial de contribuintes que estão fazendo as suas declarações”, analisou. “O Executivo considerou a hipótese de patrocinar um projeto, mas decidiu não fazê-lo por considerar que essa é uma iniciativa do Legislativo”, completou.

Segundo o ministro, a finalidade das alterações não é aumentar a arrecadação com a Repatriação, embora haja essa expectativa por parte dos parlamentares. “Isso não é uma coisa que se possa ter certeza. São dois critérios diferentes e nunca teremos condições de comparar, porque apenas uma lei existirá, com mudanças ou não”, esquivou-se.

Questionado se a arrecadação com a Repatriação já chegou a R$ 12 bilhões, Meirelles apenas confirmou que os valores já superam os R$ 8 bilhões. “Existe essa arrecadação de mais de R$ 8 bilhões, mas caso haja mudança na lei certamente haverá mudança nesse número. É um processo dinâmico e a cada dia estão chegando novas declarações. O que está claro é que será um número que está dentro das nossas previsões”, concluiu.

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