Publicado em 02/08/2017 às 10h33.

50 anos depois, Zé Celso remonta ‘O Rei da Vela’ em sintonia com o golpe

A peça de Oswald de Andrade, na montagem do Teatro Oficina, foi um dos gatilhos deflagradores do movimento tropicalista de Caetano Veloso e Gilberto Gil

Redação
Foto: Divulgação
Zé Celso diante de parte do cenário de Hélio Eichbauer (Foto: Divulgação).

 

José Celso Martinez Correia, um dos mais inventivos e controversos diretores teatrais do país, resolveu remontar este ano “O Rei da Vela”, peça de Oswald de Andrade encenada por ele em 1967 e que foi um dos gatilhos deflagradores do movimento tropicalista encabeçado por Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Exatos 50 anos depois, a nova montagem, segundo Zé Celso, estará em sintonia com o que ele chama de “golpe de Estado de 2016”. Em entrevista ao Jornal do Commercio, o cacique do Teatro Oficina revelou ainda que o ator Renato Borghi, protagonista da montagem original, estará novamente no papel de Abelardo I, O Rentista.

Aliás, foi Renato, nascido no mesmo 30 de março de 1937 de Zé Celso (e que portanto também comemorou 80 anos em 2017), quem convenceu o diretor a montar a peça de Oswald de Andrade no renascimento do Oficina pós-incêndio de 1966.

“O próprio golpe de Estado de 2016, midiático, parlamentar, a serviço de muitos deles mesmos e a serviço de rentistas como o banqueiro Abelardo I, parece que foi dado para que reencenemos este épico sobre o capitalismo global”, disse Zé Celso, que ressaltou a atualidade do poeta antropófago, “o primeiro poeta pós-moderno, não mais modernista”.

“O atual intérprete do vice, sempre golpista, Abelardo II, será o Marcelo Drummond”, antecipa o diretor. O re-“Rei da Vela” estreará no Teatro do Sesc Pinheiros, em São Paulo, mas deve sair em turnê por palcos de todo o país.

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