Publicado em 04/04/2017 às 08h44.

‘Anos 70 Bahia’: Livro sobre desbunde será lançado nesta terça

Surgida como uma página no Facebook, obra reúne histórias de nomes como Janis Joplin, Vinícius de Moraes, Caetano Veloso e Robert de Niro

James Martins
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

O livro “Anos 70 Bahia”, que começou como uma página no Facebook, idealizado pelo produtor cultural Sérgio Siqueira e pelo escritor Luiz Afonso, chega finalmente às mãos dos leitores  nesta terça-feira (4), em lançamento no bar Póstudo (Rio Vermelho), a partir das 17h30. A obra reúne fotografias e histórias do auge do desbunde na Bahia, que, conforme testemunham alguns, era um paraíso contracultural, uma vanguarda natural e espontânea em matéria de comportamento.

O elenco inclui nomes da pesada como Fernando Noy, dançarino argentino pioneiro na performance entre nós; Caetano Veloso; Vinicius de Moraes, então casado com a baiana Gessy Gesse e desbundando em Itapuã; Janis Joplin, que, segundo a fotógrafa Lita Cerqueira, Paulinho de Camafeu “comeu”; Irmãos Macedo; a dançarina Suki Villas-Boas; Oscar e Inês, Dourados de sol; My Friend; a dupla Mick Jagger e Keith Richards; o dramaturgo Paulo Dourado; Roman Polanski; Lia Robatto; Jack Nicholson; o hoje marqueteiro João Santana, então apenas Patinhas; e muitos mais.

Dividido em oito capítulos, o livro é lançado pela lendária editora Corrupio, de Arlete Soares, outra protagonista de histórias saborosas naqueles idos, e transpira um espírito coletivo que parte das redes, esteiras e baseados compartilhados em Arembepe e chega com vigor ao compartilhamento de dados na rede mundial de computadores. “Mais do que um livro, ‘Anos 70 Bahia’ é uma forma inédita de fazer um livro, em sincronia com os novos tempos da conexão planetária (todo mundo fala com todo mundo), por meio da internet e das redes sociais”, diz o texto de divulgação da Corrupio.

Janis Joplin com sua garrafinha de "Saborosa", no bairro do Rio Vermelho (Foto: Divulgação).
Janis Joplin com sua garrafinha de “Saborosa”, no bairro do Rio Vermelho (Foto: Divulgação).

 

E continua: “Assim é que, ao longo de nove meses, o livro foi escrito on-line, episódio a episódio, com altos teores de interatividade, surfando na instantaneidade digital e resgatando o espírito libertário e hedonista da época”. Prometida para fevereiro, a publicação chega em abril, com apoio da Fundação Pedro Calmon, e traz casos como o do ator Robert de Niro celebrando seu aniversário, anonimamente, no Restaurante Berro d´Água, do também legendário Charles Mocó, no Porto da Barra.

Um depoimento marcante sobre a época, do colunista Rogério Menezes, merece ser repetido: “Salvador, nos anos 1970, não tinha pra ninguém. Rio, São Paulo, Londres… era a cidade mais libertária do planeta. (…) Eu experimentei tudo, traguei tudo, tomei todas as drogas possíveis, fazia sexo duas vezes por dia sem camisinha (que, na época significava apenas pequena camisa), fiz dos cinemas de Salvador meu templo de fruição cinematográfica (arte que venero) e de bordel em eterno lusco-fusco onde gozei, gozei, gozei…”.

Rogério Duarte, Caetano e Chico em Buraquinho (Foto: Arlete Soares / Divulgação)
Rogério Duarte, Caetano e Chico em Buraquinho (Foto: Arlete Soares / Divulgação)

 

“Anos 70 Bahia”, com 232 páginas, custa R$ 40. E, para quem estranhou a hora do lançamento, em horário pouco boêmio, convém informar que a festa se estende até a meia-noite. O ciclo é descrito assim, em consonância com o hippeismo: “do pôr-do-sol à meia-noite”. Imperdível!

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