Publicado em 11/05/2017 às 09h05.

Armandinho diz que clima para música instrumental é desanimador

Guitarrista se apresenta no Clube do Choro, no DF, e lamenta falta de espaço em Salvador: “Eu vejo que cada um vai buscando uma possibilidade fora daqui e até fora do Brasil”

James Martins
Foto: James Martins/ bahia.ba
Foto: James Martins/ bahia.ba

 

O multi-instrumentista Armando Macedo, conhecido como “rei da guitarra baiana” no Carnaval de Salvador, está em Brasília, onde se apresenta nesta quinta (11) e sexta-feira (12) no Clube do Choro.

Em entrevista ao bahia.ba, antes de embarcar no aeroporto soteropolitano, ele destacou a importância da capital federal para o estilo genuinamente brasileiro, hoje até maior do que o próprio Rio de Janeiro, berço dos chorões. O Espaço Cultural do Choro, inaugurado em 1977 amadoristicamente, desde 2012 está instalado em um prédio que fica em uma área de dois mil metros quadrados, projetado por ninguém menos que Oscar Niemeyer. Com agenda lotada o ano inteiro, o recinto é palco dos principais instrumentistas brasileiros.

Realidade bem diferente da baiana, em que os músicos sofrem com a falta de casas de espetáculos, ausência de público e malmente conseguem sobreviver do seu talento. “Eu vejo nos músicos de música instrumental um clima até desanimador. Eu vejo que cada um vai buscando uma possibilidade fora daqui e até fora do Brasil”, considerou Armandinho.

Apesar do cenário desalentador hoje em Salvador, Macedo admite que a situação até já foi pior. “Olha, se você considerar 30 anos atrás, pode-se dizer que a gente melhorou. A gente tem mais casas, a cidade cresceu, e quanto mais a cidade cresce, quanto mais se faz casas noturnas, com espaços para música, são espaços para os músicos. Então, isso aí vai abrindo mais esse campo de trabalho, mas pela quantidade de músicos, uma terra musical, com a qualidade de músicos que tem, eu vejo que muitos vão buscar essa possibilidade fora daqui”, lamentou.

Além do choro, Armandinho leva a Brasília parte do repertório do projeto “Sinfonia Afro – Guitarra Baiana”, em que os clássicos da guitarra baiana se unem à batida de blocos-afro como Olodum, Filhos de Gandhy e Cortejo Afro.

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