Publicado em 27/10/2016 às 08h44.

Atriz é acusada de ofender nordestinos: ‘Já pago o Bolsa Família de vocês’

A suposta declaração aconteceu durante sessão da câmara dos deputados que discutia a regulamentação das vaquejadas

Redação
Foto: Divulgação
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A atriz Alexia Dechamps foi acusada pelo deputado federal Pedro Vilela (PSDB-AL) de ter ofendido o povo nordestino durante audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta terça-feira (26). O encontro discutia a regulamentação das vaquejadas no país e, ali, Alexia teria dito: “Calem a boca, que eu já pago Bolsa Família para o Nordeste”, dirigindo-se ao público presente, em sua maioria nordestino.

O deputado proferiu a acusação ainda durante a sessão, o que causou tumulto, mas ele também usou as redes sociais para criticar a suposta postura da atriz, que é brasileira mas nasceu na Argentina. “Acabo de denunciar, em Plenário, o ato preconceituoso, que ao meu ver deve ser enquadrado como crime de racismo, cometido pela atriz Alexia Dechamps, durante audiência pública que debatia a regulamentação da vaquejada. Ao virar-se ao público, majoritariamente nordestino, e dizer “Calem a boca, que eu já pago Bolsa Família para o Nordeste”, a artista desrespeitou um povo que muito trabalha para o crescimento do Brasil”, postou.

Alexia, no entanto, rebateu as acusações, em comunicado divulgado por sua assessoria. “Eu, Alexia Dechamps, repudio a atitude do deputado Pedro Vilela, do PSDB alagoano, de atribuir a mim palavras desrespeitosas contra o povo nordestino durante audiência pública sobre a regulamentação da vaquejada. Mais do que isso, abomino sua postura oportunista de aproveitar-se de um falso embate com uma pessoa pública, atriz profissional, para conseguir mídia fácil e destacar-se diante de seu eleitorado”, disse.

Ela acrescentou ainda que “No intenso debate que acontecia entre os que defendiam a vaquejada como atividade econômica, geradora de empregos, e os que, como eu, afirmávamos que nenhum trabalho pode se basear em maus tratos a animais indefesos, defendi que o correto seria buscar alternativas econômicas para os vaqueiros que vivem da vaquejada. (…) Disse ainda que no Nordeste, de onde provinha a maior parte dos vaqueiros lá presentes, existem outras atividades como pesca, turismo e lavoura, além do Bolsa Família, que poderia amparar os mais necessitados. Lembrei que a região é que mais tem inscritos no programa do governo federal. Se o auxílio existe, sustentado pelos impostos que eu e todos os brasileiros pagamos, para socorrer pessoas sem renda suficiente, deve ser utilizado para casos extremos como o que discutíamos”.

Veja o vídeo da tensão da Câmara:

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