Publicado em 07/07/2017 às 08h18.

Carlinhos Brown: ‘Não acabei a Timbalada por causa das famílias’

O músico apresenta neste domingo, em coletiva de imprensa no Guetho Square, a Timbalada Século XXI – com novos vocalistas, além do Club do Timball

James Martins
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

Prestes a apresentar a nova formação da Timbalada, a “Timbalada Século XXI”, Carlinhos Brown, criador do grupo, falou com exclusividade ao bahia.ba sobre o projeto de finalizar a banda em 2001 e também sobre o que o levou a desistir do mesmo fim. Em 1998, ao programa “Na Estrada”, da MTV Brasil, Brown foi enfático: “A obra precisa acabar no ano 2001, porque a gente já cumpriu o papel”.

No entanto, como bem sabemos, a Timbalada não apenas seguiu rumo como, neste domingo (9), será apresentada em sua versão Século XXI durante coletiva de imprensa no Guetho Square. Mas por que Carlinhos Brown não acabou a banda conforme prometeu? “Muitas famílias dependiam do grupo, então eu desisti. Foi apenas isso. Não acabei a Timbalada por causa das famílias”, explicou o cacique.

O caráter de movimento social (além de musical), da Timbalada, será retomado e reforçado, segundo o artista, com a criação do “Club do Timball”, que servirá como uma espécie de academia de estudos em torno do instrumento: “Por isso, lançaremos o ‘Club do Timball’, para retomarmos os grupos de estudo, as escolas técnicas percussivas de base, a manutenção dos toques e cantigas do candomblé nas linguagens banto, ijexá, mahi e jeje-nagô, e para efetivarmos a nossa relação com esse timbaleiro apaixonado, lembrando que o verdadeiro timbaleiro não é aquele que apenas se pinta para dançar e cantar com a banda. O timbaleiro é, acima de tudo, um voluntário social”.

Sobre a nova formação da banda, Brown garante ainda que a turma vem para fazer a onça beber água, inclusive com músicas compostas por ele especialmente para isso. “Serão 21 músicas inéditas, já em processo de gravação, para celebrar esse momento. Deixei muito de curtir e ir à praia para estudar essa célula e continuo estudando e aprendendo. Nos últimos 30 anos, formei mais de 15 mil músicos em várias linguagens. Nesse momento, o timbau está sob a minha liderança. Manteremos os [ritmos] existentes ‘pixote’, ‘tamanquinho’ e ‘aremba’, mas virão células novas. Vou fazer como sempre fiz, eu tenho o DNA da Timbalada. Só peço a Deus inspiração e humildade para a grandeza do que Ele me deu. Obrigado a todos pela confiança”, finalizou.

Ao final da coletiva de domingo, haverá ainda um pocket show com os novos vocalistas. Veja abaixo um trecho do programa citado, de 1998:

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