Publicado em 30/03/2017 às 16h20.

Criança com câncer dança Marília Mendonça e encanta; confira vídeo

Na gravação, que já conta com quase 300 mil visualizações apenas no Facebook, menina dança ao som da música "Eu Sei de Cor"

Luiza Lopes
Imagem: Divulgação.
Imagem: Divulgação

 

Um vídeo compartilhado pelo médico Paulo Martins, residente de pediatria do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, fez a internet se encantar.

Na gravação, que já conta com quase 300 mil visualizações apenas no Facebook, uma menina com câncer dança ao som da música “Eu Sei de Cor”, cantada pelo profissional de saúde e originalmente conhecida na voz da cantora sertaneja Marilia Mendonça.

Martins participa do projeto “Turma Sangue Bom”, que além de médicos do hospital, conta com voluntários, e promove eventos em datas comemorativas no local. Após a repercussão, o pediatra falou sobre a emoção em ajudar a criança a melhorar.

Leia na íntegra o depoimento do médico:

“Nessa vida, o importante é ser feliz. Um dia antes, na visita habitual da enfermaria, vi que estávamos com muitos adolescentes internados e que eles sofriam com a ociosidade da internação, além das dificuldades inerentes ao momento em que passavam. Combinei com eles que no dia seguinte iria trazer o ukelele para fazermos um som e desopilarmos um pouco. No dia seguinte, como prometido, trouxe o instrumento. Aguardei o turno da tarde, onde as coisas pareciam estar mais calmas, para fazer um tour musical pela enfermaria da oncologia.

Quando peguei o ukelele, parece que foi mágico, nas duas horas subsequentes não houve nenhuma intercorrência. Juntos a minhas parceiras inestimáveis, Laila Rigolin Fortunato e Juliana Souza, começamos a tocar de quarto em quarto as músicas que cada paciente pedia. Sertanejo, rock, música gospel. Sob a supervisão da nossa enfermagem, íamos tocando duas, três músicas em cada quarto. Cada paciente cantou a plenos pulmões, se emocionou, pediu mais.

Notei que enquanto eu entrava nos quartos e tocava as músicas, havia uma pequenina que me acompanhava dançando do lado de fora. Quando saí do último quarto, não teve jeito, ela estava na porta me esperando, me olhando curiosa. Pediram, “toca uma música para ela, Paulão!”. Inicialmente, fiquei envergonhado, pois não sabia nenhuma música infantil. Mas o pai me acalmou, “ela gosta de Marília Mendonça”. Não teve jeito. Comecei a tocar, baixinho, e na medida que os acordes e a letra iam fluindo, seus passos magicais foram me acompanhando. Dançou a música inteira. Terminei e me pediram outra. Medo Bobo. Toquei e ela dançou divinamente bem. Ao término, só alegria. Todo mundo feliz, leve. Aquilo se chamava Paz.

Hoje, dias após, vejo que essa tarde, aparentemente tão simples, ganhou uma repercussão que eu jamais imaginaria. Mensagens, ligações, apoio. Me lembrei de todas as vezes em que meu jeito foi criticado, desde a graduação, até mesmo na residência. Mas não há dúvidas: quando a gente faz o que gosta, do jeito que gosta, dá certo. Nesta tarde, todos ganhamos. Na saudade intensa de casa e da minha família, nos braços dos pacientes e dos seus familiares, recebo todo afeto do mundo.

Agradeço imensamente a toda a equipe multidisciplinar que trabalha na enfermaria do HC, pessoas fantásticas, aos meus preceptores exemplares, aos meus amigos da residência e, em especial, ao meu sexteto que está diariamente junto comigo nessa batalha. Amar e se dedicar ao próximo jamais deve ser um fato único que chame a atenção, tem de ser algo constante e rotineiro. As crianças precisam disso! Nós que temos de levar alegria e boa energia nos lugares aonde vamos, e jamais devemos nos abater com o mau humor, indiferença e tristeza que algumas vezes tentam nos contaminar.

O impossível é só questão de opinião. Avante!”

Veja o vídeo

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