Publicado em 03/07/2019 às 12h00.

Em Portugal, Lucélia Santos diz que é ‘perseguida’ por criticar o governo

"Pior momento do Brasil desde a ditadura militar", disse atriz de 62 anos, que sugere um boicote ao país em defesa do meio ambiente

Redação
Foto: Arquivo Pessoal/Instagram
Foto: Arquivo Pessoal/Instagram

 

Em Portugal há 15 dias, onde ficará para a gravação de uma novela, a atriz Lucélia Santos, famosa pelo papel de Escrava Isaura, concedeu entrevista a uma emissora portuguesa e afirmou ser “perseguida” por se posicionar constantemente contra o governo Bolsonaro. Aos 62 anos, Lucélia admite que sempre teve uma posição de “esquerda”, em defesa dos “trabalhadores” e das “populações mais afetadas”:

“Sou perseguida por isso há muitos anos. Eu sempre tive uma posição de esquerda, assumidamente. Sempre tive do lado dos trabalhadores e das populações mais afetadas”.

A atriz, que considera que o Brasil passar por um “retrocesso civilizatório”, entende que atualmente há uma forte crise institucional e desvalorização da democracia. “É frágil”, define.

“É um retrocesso civilizatório, uma coisa inexplicável. Todo o dia no Brasil você acorda e acha que está vivendo um pesadelo. Só que você acorda e está dentro do pesadelo, porque ele não passa. E a cada dia as notícias vão piorando. É um desrespeito total às instituições, à constituição, inclusive. A grande meta no Brasil hoje é defender a democracia, que está frágil”, explica Lucélia, que considera que a sociedade está “debaixo das botas dos militares”.

Para ela, a questão ambiental é uma das que mais afeta o Brasil atualmente. Autoproclamada “defensora da Amazônia há mais de 30 anos”, a atriz chegou a sugerir um “boicote” para alertar o país do perigo do desmatamento e da poluição:

“Acho que vocês podem nos ajudar. Tem que boicotar todos os que querem destruir a floresta: as empresas, os produtos. Não comprar mais. Isso é uma forma séria de dar um basta. Esse produto está comprometido com a destruição da floresta, que implica na destruição do clima, da humanidade… boicota, rompe contrato, não compra. Essa é a única linguagem que se pode entender porque é a linguagem do capital”.

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