Publicado em 17/12/2015 às 20h32.

Estreia de Star Wars reúne legião de fãs em Salvador

Fernando Valverde

A expectativa no ar era palpável. Camisas proliferavam-se em meio a Stormtroopers, Jedi’s , Sith’s, Caçadores de Recompensa e toda uma legião imensa de fãs ardorosos. Os cochichos misturavam-se à luz irradiada dos Sabres e, ao som dos primeiros acordes do clássico tema de John Williams, o cinema veio abaixo. Algo de especial acontecia: Star Wars decolava naquele momento.

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Inimigos mortais, um Jedi duela com um Sith nos corredores do cinema (Foto: Fernando Valverde / bahia.ba)

 

Indiscutivelmente no posto de maior franquia da história do cinema, a estreia do novo capítulo da saga Guerra nas Estrelas, ‘Star Wars – O Despertar da Força’, levou uma verdadeira multidão para as salas de cinema na madrugada desta quinta-feira (17) em todo o Brasil. O incrível número de 1.320 salas reforçava o status, ainda que não represente o recorde alcançado por ‘Jogos Vorazes: A esperança – Parte 1, com 1.339 telas no ano passado.

O retorno da Saga criada por George Lucas em 1977 e agora no comando de J.J. Abrams representa um novo pontapé para a franquia, após a sua compra pela Disney. As expectativas eram altas e o público compareceu em massa para mostrar a força que A Força tem.

Desde as 20h, o público já se aglomerava no saguão do Cinepólis no Shopping Bela Vista. Vilões e Mocinhos da série protagonizavam uma trégua e confraternizavam em torno da paixão em comum. Trajado de Stormtrooper, João Marcelo Cunha, o presidente do Conselho Jedi, não escondia o tamanho da sua empolgação: “Desde a compra da Disney até hoje, foi uma espera muito longa e agora, que o dia finalmente chegou, parece que simplesmente não acaba. A gente está torcendo para que o filme seja bom, estamos todos muito empolgados e estamos com a expectativa lá em cima, ultrapassando uma galáxia muito distante”. Imperador à frente do Conselho Jedi, que reúne fãs da saga na Bahia e realiza eventos e encontros de Star Wars em conjunto com ações filantrópicas, João declara-se com uma paixão contagiante: “Eu tinha 6 anos, fui assistir o Episódio I no cinema. Tive também algumas influências da minha mãe, porque ela também é fã de Star Wars, e fiquei siderado. Aí vi o Episódio II e a doença ficou mais grave. Quando eu vi o Episodio III, já estava na UTI. Gradativamente, virei um grande fã e, incrivelmente, foi graças à famigerada nova trilogia”.

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João Marcelo Cunha, Presidente do Conselho Jedi (Foto: Fernando Valverde / bahia.ba)

 

Já para o cineasta Klaus Hastenreiter, 23, a força do filme reside na imensa cultura que os fãs criaram fora do universo cinematográfico: “Eu acho que o que foi criado fora dos filmes, o marketing que foi feito, toda a cultura do fã criou esse sucesso. Hoje em dia, é impossível você traçar um histórico de expectativas cinematográficas, de fã, de filas gigantes sem falar de Star Wars, que foi o primeiro grande blockbuster no sentido próprio da palavra de “arrasa quarteirão” que causou esse impacto,

Cosplayers e Gerações – Pessoas de todas as idades circulavam entre os corredores do cinema, tiravam foto com seus personagens favoritos e davam vida a eles. Dalila, devidamente trajada uma camisa especial da película, trouxe suas filhas Camila, de 8 anos, e Isis, de 15, para prestigiar a saga pela primeira vez em uma sala de cinema: “É um ritual de família. Na minha casa a gente costuma dizer que é a genética, porque Star Wars começou com meus pais, passou para mim e agora para as minhas filhas. A  gente curte e vai passando o encanto de um pra outro, não sei explicar o porquê”, exaltou, antes de exclamar: “É a força. Pronto, é a força!”. Já para a pequena Camila, vestida como a Princesa Leia, o significado da Força, é um pouco diferente: “Eu gosto mesmo porque a minha mãe ficou me obrigando a assistir, aí eu me acostumei a assistir e fiquei apaixonada.”

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Dalila levou as filhas Camila e Isis para a estreia (Foto: Fernando Valverde / bahia.ba)

 

O gestor de empresas Igor, 28 anos, correu do trabalho direto para a sala de cinema, tamanho era o entusiasmo: “Cara, para mim é retorno à infância. É o que eu venho acompanhando desde pequeno. Não tem nem como explicar não”. Opinião compartilhada pela estudante de psicologia Luana Burgos: “Eu comecei a gostar de Star Wars na adolescência e foi por influência do meu irmão, um pouco antes de a Disney comprar a franquia e haver o anúncio de um novo filme, então o hype ainda não estava tão elevado. É a primeira vez que estou sentindo toda essa emoção de ver o filme com os fãs, é o primeiro Star Wars que vou ver no cinema, então estou muito ansiosa”.

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Sith’s encurralam o contrabandista Lando Calrissian (Foto: Fernando Valverde / bahia.ba)

 

Legado – Luana categoriza muito bem os motivos pelos quais, mesmo após quase 40 anos do lançamento da franquia, ela ainda arrebata tantas gerações. “Eu acho que, por toda magia que Star Wars passa, o que dá quando se vê pela primeira vez, como foi no meu caso, é muito diferente. Acho que toda questão de não ser simplesmente um filme sobre guerra espacial, mas por ser uma coisa bem politizada, bem atual, dialogando com a realidade, apesar de ser uma obra de ficção, possui todo esse encanto, por ser um mundo tão diferente”, avaliou.

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A estudante Luana é cortejada por Lando Calrissian (Foto: Fernando Valverde / bahia.ba)

 

Quando as portas se abriram, à meia-noite, os papéis foram deixados de lado, e todos se comportavam como fãs: olhos vidrados na tela, emoções à flor da pele e todo um sentimento de adoração e nostalgia tomando conta.

Ao fim da sessão, uma nova reunião que poderia muito bem ter acontecido na cantina de Mos Eisley ocorria. Visivelmente agradados, os sorrisos multiplicavam-se ao constatar de que, sim, o novo Star Wars é muito bom: “Eu achei uma bela homenagem à franquia. Gostei dos novos personagens e da mistura de efeitos práticos com digitais. É um filme esteticamente muito bonito e de ritmo muito bem acertado”, analisou o cineasta Thiago Duarte.

Empolgada, a designer Isis Moacyr prometeu ver o filme mais vezes: “O filme é muito bom, tem ótimos efeitos em 3D. A história, as referências, o roteiro. Faz com que o fã se emocione, se revolte, e fique eufórico ao decorrer de cada cena. É um filme que vale a pena ver mil vezes. Vou de novo com toda certeza”.

Se afastando da multidão, mas visivelmente encantado, o advogado João Antunes, 74, explicou: “Eu estava lá quando o primeiro filme foi lançado em 1977 e desde então parece que o mundo do entretenimento se dividiu entre o que veio antes e depois de Star Wars. Eu não tenho mais essa energia, mas é absurdamente gratificante ver as novas gerações abraçando esse fantástico mundo que foi criado. Levei meu filho, trouxe meu neto e, enquanto puder, virei prestigiar. Que a força esteja conosco e até o episódio VIII”, eternizou.

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Stormtrooper aprova o novo filme (Foto: Fernando Valverde / bahia.ba)

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