Publicado em 28/06/2017 às 12h35.

‘Eterno funkeiro’: Romário luta contra criminalização do ritmo

O senador convocou nomes da cena musical para discutirem a proposta de um empresário paulista que pretende proibir bailes funk em todo o país

Redação
Foto: Divulgação
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O senador Romário Faria (PSB-RJ) convidou diversos cantores como Anitta, Valesca Popozuda, Buchecha, MC Koringa e Tati Quebra Barraco para tomarem parte na audiência pública no Senado Federal que discute uma proposta que visa criminalizar o funk no Brasil.

O debate deve ocorrer nas próximas semanas na Comissão de Direitos Humanos. “Eu, como carioca nato e eterno funkeiro, faço questão de defender essa bandeira. A ideia é convidar o maior número de pessoas que fazem parte deste segmento no nosso país”, declarou Romário.

A proposta de criminalização do funk foi levantada pelo empresário paulista Marcelo Alonso no portal “e-cidadania” e ganhou a assinatura de mais de 20 mil pessoas. O próprio idealizador da petição também foi chamado para o evento em Brasília.

Antes mesmo da discussão oficial, nomes do cenário do funk nacional se posicionaram contra a proposta. “Isso é um retrocesso enorme. O funk é cultura, é trabalho e gera emprego como qualquer outro ritmo. É triste ver o país no caos em que está e as pessoas se preocupando em criminalizar algo que não incomoda ninguém”, afirmou a cantora Valesca Popozuda ao E+.

O cantor MC Koringa também declarou seu repúdio à ideia. “Por que não se fala do bem que o funk faz? Quantas pessoas dependem direta e indiretamente do funk? Cantores, DJs, operadores de som, técnicos de luz, gráficas que fazem convites para festas, aqueles que vendem comida do lado de fora dos bailes. Se você tirar isso delas, essas pessoas vão buscar outros recursos e podem até parar na criminalidade”, ressaltou.

Já Anitta usou o Twitter para refletir sobre a proposta: “Tá tudo ok com o Brasil já? Achei que tivesse coisa mais séria para se preocupar do que com um ritmo musical que muda a vida de milhares. O funk gera trabalho, gera renda pra tanta gente. Uma visitinha nas áreas menos nobres do nosso país e vocês descobririam isso rápido”, escreveu. E mais: “Traduzirão as músicas de outros idiomas para proibir as que não têm mensagens que agradam aos cultos ou é só uma discriminação direcionada?”.

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