Publicado em 17/11/2016 às 14h45.

‘Eu adoro a Bahia, só não gosto dele’, diz Todo-Duro a Hollyfield

Rivalidade entre os pugilistas é reafirmada no lançamento do documentário "A Luta do Século", no encerramento da XII Edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema

Clara Rellstab
Foto: Amanda Oliveira/GOVBA
Foto: Amanda Oliveira/GOVBA

 

Parece cinema pastelão mas, na verdade, é a maior rivalidade do boxe brasileiro retratada em documentário. “A Luta do Século” (2016), dirigido pelo baiano Sérgio Machado, explora a rivalidade de Reginaldo Holyfield e Luciano Todo Duro. Com a presença dos dois atletas, o longa foi o escolhido para o encerramento da XII Edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema, nesta quarta-feira (16).

Com três das quatros salas do Espaço Itaú de Cinema – Glauber Rocha lotadas, o filme arrancou gargalhadas da plateia, ao exibir a história do neto de cangaceiro e do ex-extivador que não se bicam. Emocionado, o diretor contou ao bahia.ba sobre o seu primeiro encontro com Holyfield. “Foi em um BA-VI na antiga Fonte Nova. Ele entrou e sentou perto de onde eu estava. O pessoal que estava por perto, assim que o viu, começou a aplaudir –  tanto o pessoal do Bahia quanto o do Vitória. Talvez isso tenha me motivado a fazer o doc”, reflete.

O encontro com Todo-Duro veio mais tarde, já nas gravações do longa, em Recife. “Quando eu cheguei lá, a primeira coisa que me falaram foi que se o pessoal de Pernambuco tivesse o mínimo de vergonha na cara, já teria erguido uma estátua para Todo-Duro que nem a de “Rocky, O Lutador” [personagem de Silvester Stallone]”. Inspirado, antes da exibição na sala 4, o realizador filosofou: “Eu não sei fazer estátua, mas fiz esse filme pra eternizar esses dois heróis”.

Presente à sessão, o músico Russo Passapusso escreveu, ao lado dos pernambucanos Jorge dü Peixe, do Nação Zumbi, e de Siba, a canção que entoa durante os créditos da obra . Segundo o diretor, a intenção era expressar a rivalidade entre os estados até na trilha sonora. Quem também esteve no local foi o pugilista Acelino Popó Freitas, retratado na narrativa como a dor-de-cotovelo de Holyfield, que não gostou de dividir espaço com o atleta mais jovem.

Vencedor do Festival do Rio, na categoria documentário, “A Luta do Século” divertiu o público do Panorama com a birra entre os cinquentões –  que, como sequelas das lutas, mal conseguem falar. “O povo da Bahia abraçou o filme meu e de Hollyfield. Eu adoro a Bahia, eu só não gosto dele”, finalizou Todo-Duro.

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