Publicado em 11/04/2016 às 11h40.

Jovem baiano é um dos dez finalistas do Fashion Film Cruise

O fotógrafo Kelvin Yule apresentou o fashion film O Abaporu, produzido em São Paulo

Redação
Fashion Film O Abaporu. Foto: Reprodução
Fashion Film O Abaporu. Foto: Reprodução

 

Aos 21 anos, o baiano Kelvin Yule é o único representante e morador do Norte/Nordeste na lista dos dez finalistas do Fashion Film Cruise, concurso nacional promovido pela marca Chilli Beans ao lado do Portal Fashion Films e da Dreamakers. O olhar fotográfico com a moda começou na faculdade, quando o jovem tinha que apresentar um trabalho para uma disciplina na faculdade de jornalismo.

Ao jornal A Tarde, ele conta como foram os primeiros passos. “No produto final da matéria Cinema Brasileiro, meu grupo decidiu fazer um curta-metragem. Ninguém tinha conhecimentos estéticos e técnicos. Então, fiquei na direção de tudo e aprendi na prática”, lembra.

No concurso, o estilista e consultor de moda Dudu Betholini foi quem fez a seleção dos dez melhores produtores de filmes de moda do país. Kelvin apresentou o fashion film O Abaporu, produzido em São Paulo. Além deste, ele tem uma série de editoriais produzidos em Salvador.

O vídeo (confira aqui) apresentado faz referências à obra da artista paulista Tarsila do Amaral (1886-1973) e dos impactos causados pela tela no movimento modernista brasileiro. O quadro foi uma das inspirações para que o escritor Oswald de Andrade produzisse o Manifesto Antropófago de 1928.

“Com as cores e texturas do Brasil, o fashion film vem instigar o espectador sobre o conceito de canibalismo cultural. Com um toque da pimenta, os personagens contam uma história sem pudor”, descreve. Ainda segundo o fotógrafo baiano, o vídeo é uma forma de dialogar com uma matriz cultural que abre mão dos seus valores culturais mais ricos para absorver referências externas em busca de legitimação.

“Seguindo a mesma inspiração de Oswald, devoro técnicas importadas, faço uma reelaboração com total autonomia e as converto em produto de exportação. O vídeo O Abaporu também critica parte da sociedade baiana que ainda se submete às culturas do sul/sudeste e esquece a importância de suas raízes”, reforça.

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