Publicado em 02/01/2017 às 09h16.

Líderes da Ku Klux Klan ganham cachê para mentir em documentário

Segundo investigação, a produção da série chegou mesmo a pagar centenas de dólares e dirigir falas e construção de personagem, além de comprar adereços

Redação
Foto: Divulgação
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A série “Escaping the KKK: A Documentary Series Exposing Hate in America”, um documentário sobre a Ku Klux Klan previsto para estrear no próximo dia 10, no canal pago A&E, foi cancelada por suspeitas de fraude e propina. O programa, que deveria revelar o perfil de ex-membros do grupo de ódio americano, seus motivos etc., revelou-se fraudulento após investigação da revista “Variety” que provou que os produtores pagaram membros da organização para dissimular em cena.

Segundo a revista, a emissora chegou até a comprar crucifixos de madeira e suásticas para incrementar o programa. A publicação apurou ainda que os líderes da KKK receberam centenas de dólares da produtora contratada por cada dia de filmagem. Em troca, eles deviam distorcer os fatos diante da câmera e contar uma narrativa previamente definida sobre os que querem deixar o grupo, ou seja, seguir um roteiro. Não era documental, era ficção.

Os “atores” inclusive eram dirigidos em suas falas, na construção das personagens, motivações e relacionamentos com os outros, além de serem forçados a repetir diversas vezes sequências até que a direção estivesse satisfeita.

Um dos líderes da KKK contou à revista que um dos produtores o encorajava e repetir a expressão “nigger”, de cunho altamente racista, durante as entrevistas. A A&E, no entanto, recusou-se a comentar as acusações. O canal enviou uma declaração em que afirma que irá tomar providências sobre a produção e que já decidiu cancelar a exibição do documentário.

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