Publicado em 29/11/2016 às 11h13.

Livro reúne textos de Paulo Francis sobre jornalismo e pode reacender polêmicas

"A Segunda Profissão Mais Antiga do Mundo" traz artigos publicados na Folha de SP entre 1975 e 1990

Redação

Os melhores textos sobre jornalismo de um dos mais polêmicos jornalistas do Brasil estão reunidos no livro “A Segunda Profissão Mais Antiga do Mundo”, que traz artigos de Paulo Francis publicados na Folha de S.Paulo entre 1975 e 1990.

Editada pelo selo Três Estrelas, sob organização do jornalista Nelson de Sá, a obra lançada agora mostra o quanto Francis ainda é capaz de causar interesse e discussão. “Nunca apoiei governo algum. Acho que é um dever de jornalista adotar o mote dos anarquistas. Hay gobierno, soy contra”, escreve ele em um dos textos.

Espírito inquieto e independente, Francis foi um dos profissionais de imprensa mais importantes do país entre o final da ditadura militar e a redemocratização do Brasil. Figura controversa, capaz de desagradar tanto a esquerda quanto a direita, na obra ele reflete sobre o jornalismo, a TV e o show business.

E foi como comentarista de TV e show business que ele, em artigo intitulado “Pajé sujo e maltrapilho”, despertou a ira de Caetano Veloso e gerou uma polêmica que envolveu o país inteiro, de Millôr Fernandes a Augusto de Campos.

A orelha do livro é assinada pela jornalista Renata Lo Prete. Francis (1930-1997) iniciou sua carreira jornalística como crítico teatral no final dos anos 1950. Na década seguinte atuou no jornal “Última Hora” e ajudou a criar “O Pasquim”. É também autor do livro “Filhas do Segundo Sexo” e “O afeto que se encerra”, entre outros.