Publicado em 26/12/2016 às 11h53.

Mário Thompson publica tesouro fotográfico da música no Facebook

Dono do maior acervo da música brasileira, ele posta ainda fotos inéditas de nomes internacionais como Miles Davis e Chet Baker, mas imagens ainda não foram descobertas

James Martins
Foto: Reprodução do Facebook
Mário com a Família Macedo, na Itália. (Foto: Reprodução do Facebook)

 

O acervo fotográfico de Mário Luiz Thompson, principalmente se tratando de música, é de fazer inveja e encher os olhos: sem dúvidas o maior do país. Com mais de 40 anos de atividade, o fotógrafo paulistano já clicou nomes tão grandes e tão díspares quanto Charles Mingus e Dorival Caymmi, Agepê e Hans Joachin Koellreuter, Waldir Azevedo e Elis Regina, Chet Baker e Bezerra da Silva, Chico Science e Dominguinhos etc etc etc. Filho da pianista Íris Thompson de Carvalho, ele sempre esteve perto da música e registrou grande parte de nossa memória musical: acervo que mantém às próprias expensas e já gerou livros e exposições disputados por todo o mundo.

“Existem várias maneiras de fazer música. Eu prefiro todas”, a frase de Gilberto Gil que Mário adora repetir se aplica igualmente às várias formas possíveis de se expor fotografias. E ele, que também no quesito mostra-se versátil, tem publicado parte de seu acervo no Facebook. “É um outro tipo de alcance da lente do amor. Eu sempre quis estar próximo da música através da fotografia e agora minhas fotos podem estar ainda mais próximas das pessoas. Principalmente as novas gerações”, disse, em entrevista ao bahia.ba.

No perfil do fotógrafo estão disponíveis verdadeiras preciosidades, como imagens de Clementina de Jesus em Santo Amaro da Purificação, Adoniran Barbosa, Gal Costa e João Donato sentados ao piano, Dionne Warwick e ainda instrumentistas e outros músicos, famosos e/ou anônimos que não costumam ser focalizados pelos fotógrafos comuns. “Eu sempre quis revelar a música como um todo”, diz. Aliás, sobre ele, os depoimentos dos artistas são sempre generosos. “Mário Luiz, como artista que é, vê a beleza antes de apertar o botão mágico que vai fixar o instante que ele viu no justo momento em que reuniu em si toda a força da sensibilidade e da poesia”, declarou Dorival Caymmi.

Chet Baker pelas lentes do fotógrafo brasileiro (Foto: Reprodução do Facebook).
Chet Baker pelas lentes do fotógrafo brasileiro (Foto: Reprodução do Facebook).

 

E Gilberto Gil também atesta: “Mário Luiz tem sido um dos devotos mais dedicados da Deusa Música”. Aliás, por citar baianos, a relação do fotógrafo com a Bahia é antiga e intensa. Aqui ele chegou a coabitar com Janis Joplin, em Arembepe, e fez registros da família Dodô & Osmar e dos Novos Baianos (inclusive em vídeo) que hoje são verdadeiras raridades. “Também morei junto com John Lennon, em Nova York”, conta Mario, que tem histórias envolvendo praticamente todos os grandes músicos da segunda metade do século 20, até mesmo o quase impenetrável João Gilberto.

Gal e Donato (Foto: Reprodução do Facebook).
Gal e Donato (Foto: Reprodução do Facebook).

 

“Todo lugar que a gente ia, para tocar, cantar ou não, sempre estava presente o poeta da fotografia. Algumas fotos nos traziam lágrimas, de tão lindas e representativas”, conta Milton Nascimento. E agora, grande parte das fotos, algumas acompanhadas por histórias, estão disponíveis no Facebook mas, curiosamente, os fãs da música aparentemente ainda não se deram conta do que têm à mão, já que as curtidas e comentários são poucos.

O tesouro permanece escondido. Assim também os vídeos em seu canal no Facebook, que traz registros como Caetano veloso cantando “Olhar 43”, sucesso do RPM, e Gil em Itapuã curtindo o verão com os filhos nos anos 1970. Questionado sobre a possibilidade de expor em Salvador, Thompson diz que adoraria: “Salvador é uma casa para mim, espero que me convidem”.

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