Publicado em 06/11/2017 às 08h12.

‘Meu pai me culpou pela doença dela’, diz Lília sobre perda da mãe

A atriz, aos 60 anos, revelou detalhes de sua convivência difícil com o pai e a luta que travou para realizar o desejo de se dedicar à profissão

Redação
Foto: Marcelo Tabach/Ed. Globo
Foto: Marcelo Tabach/Ed. Globo

 

Lília Cabral falou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo deste domingo (5) sobre a relação difícil com o pai e como precisou enfrentá-lo para se realizar como atriz.

“Eu era muito reprimida pelo meu pai. Havia um impedimento de eu ser o que eu gostaria de ser. Eu lembro que eu assistia às novelas e ficava me imaginando o tempo inteiro no lugar da Dina Sfat, da Glória Menezes”, disse ela.

Ela contou ainda como foi doloroso o processo de sair de casa, aos 26 anos: “Quando eu voltei [a São Paulo], meu pai falou: ‘Olha, você quer morar no Rio, quer fazer sua vida, quer ser atriz. Então, eu não quero mais que você entre na minha casa’. E eu nunca mais entrei. Cada vez que eu queria ver minha mãe, eu tinha que combinar de vê-la na casa da minha tia, e meu pai eu não via. Mas minha mãe ficou doente [de câncer]. Aí eu voltei. Mesmo assim, o encontro foi horrível, porque meu pai me culpou pela doença dela. [Dizia] que ‘o sofrimento todo que ela teve’… Quer dizer, ele foi quem proporcionou esse sofrimento”.

A mãe de Lília faleceu seis meses depois e seu pai a culpou pela perda. Ela, porém, o perdoou. “Sobrou meu pai, só que depois daquela mágoa, daquela forma repentina de me anular da vida deles, fica muito difícil a gente ter alguma coisa, assim, de coração. Mesmo assim, eu jamais o abandonei. Trazia meu pai pra cá, levava para as peças. Aí ele começou a ter orgulho, bastante. A gente entende, a gente perdoa, mas é difícil limpar o coração totalmente. Humanamente, acho que é até normal a gente sentir alguma dor. Poxa, se não tivesse feito isso, a vida da gente poderia ter sido outra”, reflete.

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