Publicado em 19/07/2019 às 10h51.

Ponto de Equilíbrio celebra 20 anos de carreira com show na Concha Acústica

Em papo com o bahia.ba, vocalista Hélio Bentes falou sobre a apresentação desta sexta-feira (19), com participações de Adão Negro e Sine Calmon

Luiz Felipe Fernandez
Foto: Instagram/Renan Yudi
Foto: Instagram/Renan Yudi

 

De volta a Salvador pouco mais de seis meses depois de subir ao palco da República do Reggae, a banda Ponto de Equilíbrio apresenta nesta sexta-feira (16) um show inédito na Concha Acústica, no ano em que celebra 20 anos de carreira.

Um dos nomes do reggae mais consolidados no Brasil, o grupo dá início à turnê “Mais Amor”, que leva o nome do single lançado 12 de junho, no Dia dos Namorados, com participação da cantora Tati Portella, do Chimarruts.

A capital baiana foi escolhida pela banda para estreia da turnê, em um show com 3h de duração e convidados especiais da nossa terra, como Adão Negro e Sine Calmon. Em papo com o bahia.ba, o vocalista Hélio Bentes falou da importância de reconhecer artistas locais, como o veterano natural de Cachoeira, e garantiu que não vai faltar o clássico “Nyaming Blues”, também conhecida como “Trem do Amor”.

Segundo Hélio, até o seu irmão, que curiosamente “não gosta tanto de reggae”, ama a música composta por Sine em 1998 e que estourou nacionalmente: “Com certeza vai ter [Nyaming Blues], essa é clássica. Até meu irmão, que não gosta tanto de reggae, ama essa música, pra você ver. Sine é um artista muito bom e ele merece esse reconhecimento, esse espaço”.

O vocalista conta que sempre tiveram a “vontade” de fazer um show dessa proporção na Concha Acústica, que, lembra ele, já recebeu grandes nomes da música. Será a primeira vez que banda se apresenta lá desde a reinauguração, em 2016. A arquitetura do espaço e a possibilidade de “ver o povo de frente” são alguns dos elementos que fazem da Concha um lugar místico:

“Vários nomes importantes já passaram por lá. Como dizem, a acústica é realmente diferente e você pode ver o povo de frente, é a cara de Salvador. Um lugar com uma estrutura impressionante”.

Um das poucas representantes do gênero há tantos anos em atividade, a Ponto de Equilíbrio lançou neste tempo os discos ““Reggae a vida com amor” (2004), “Abre a janela” (2007), “Dia após dia lutando” (2010) e “Juntos somos fortes” (2013), com direito a um DVD. Mas são nos shows que se percebe a popularidade e a paixão dos fãs, que costumam lotar todos os lugares onde se apresentam.

Apesar do reconhecimento nacional, Hélio não esconde as dificuldades e a insatisfação com falta de valorização no Brasil, que para ele é um dos países onde o ritmo oriundo da Jamaica se mantém com forte “resistência”. “Tem muitas cidades onde a galera ama o reggae”, diz.

Mesmo em um patamar onde poucos conseguiram alcançar, ele enxerga no preconceito a principal barreira para uma compreensão da cultura reggae, constantemente associada ao uso de drogas. Enquanto não houver uma maior consciência sobre o assunto, será difícil o reggae deixar o “gueto”.

“A galera associa muito o reggae à droga, à maconha, não é isso. Isso dificulta, marginaliza. Em nenhum momento, você vê na história do reggae uma apologia ao crime, o reggae é paz, é amor. Uma criança quando ouve reggae, entende que é uma coisa boa”, analisa.

Sem entregar as surpresas, o cantor adianta que a banda preparou um repertório especial para o show de 3h de duração, lotado de “pedradas”. As participações também prometem, já que segundo Hélio, tiveram “liberdade” para escolher as músicas que vão tocar.

SERVIÇO:
Ponto de Equilíbrio – Participações de Tati Portella, Adão Negro e Sine Calmon
Quando: Sexta-feira (19), às 18h
Onde: Concha Acústica, Teatro Castro Alves, no Campo Grande
Quanto: R$ 35 / R$ 70

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.