Publicado em 11/07/2017 às 08h42.

Prince, o inimigo do YouTube, ganha canal oficial um ano após sua morte

O artista, que chegou a processar uma mulher que subiu um vídeo com os próprios filhos dançando "Let's Go Crazy" no site, agora faz parte da plataforma

James Martins
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

Prince, pouco mais de um ano após sua morte, em 21 de abril de 2016, está oficialmente no YouTube. Desde a última sexta-feira (7), cinco de seus clipes clássicos podem ser vistos no site, entre eles “When Doves Cry” e “Let’s Go Crazy”. O que não deixa de ser uma surpresa, já que se trata do artista que mais bateu de frente com a plataforma.

Prince Rogers Nelson, um dos pioneiros da veiculação de música pela internet, que chegou mesmo a vender o álbum “Crystal Ball” exclusivamente pela rede ainda em 1998, tornou-se em seguida um feroz inimigo do sistema digital e principalmente do YouTube.

O desrespeito aos direitos autorais foram a motivação da briga, semelhante à que ele empreendeu também contra as gravadoras e que o fez até mesmo abandonar o próprio nome por um período de sua carreira. Bem como aparecer com a palavra “slave” (escravo) escrita na face.

O autor de “Purple Rain” até declarou a morte da internet para a veiculação de música, em uma entrevista de 2010, ao comparar a rede mundial de computadores à “ultrapassada” MTV: “Esses números todos não são bons para nós”.

Até a época de sua morte, nenhum clipe de Prince e praticamente nenhuma faixa de seus discos podiam ser vistos ou ouvidos no YouTube. Uma equipe implacável era responsável por rastrear e eliminar qualquer vestígio de Prince da plataforma. Ele chegou mesmo a processar uma mulher que subiu um vídeo com os próprios filhos dançando ao som de “Let’s Go Crazy”.

Porém, logo após a sua morte, as coisas começaram a mudar. O próprio YouTube se encheu de vídeos do artista (eliminados em seguida) e suas músicas passaram a fazer parte dos arquivos de programas de streaming como Spotify e Deezer.

Administrada pelos herdeiros, a obra do artista deixa de ser uma arma de luta por respeito aos criadores e torna-se mais um item na prateleira dos negócios. Veja abaixo o clipe de “Baby I’Am A Star”:

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.