Publicado em 14/11/2016 às 08h12.

Teatro D. Canô: Diretora é exonerada e gera revolta

Secretário de Cultura nega envolvimento com o caso: “Acho que o povo de Santo Amaro não me tem na conta de burro nem idiota"

James Martins
Foto: Reprodução do Facebook
Foto: Reprodução do Facebook

 

A exoneração de Virgínia Monteiro do comando do Teatro Dona Canô, em Santo Amaro, pegou a todos de surpresa, embora já fosse uma tragédia anunciada. A professora estava à frente da instituição há 15 anos e ficou sabendo da demissão através do Diário Oficial, no último dia 10.

“Hoje fui surpreendida de manhã cedo com uma notícia muito dolorosa: li no Diário Oficial um decreto, no qual o governador do Estado me exonerava do cargo de coordenadora do Teatro Dona Canô, tendo já o nome escolhido da minha substituta. O pedido partiu do deputado Bira Corôa, o mais votado aqui nesta região”, declarou via redes sociais.

O fato atropelou inclusive a autoridade do secretário de Cultura, o também santamarense Jorge Portugal. Responsabilizado por exonerar Virgínia, ele também usou o Facebook para desabafar. “Acho que o povo de Santo Amaro não me tem na conta de burro nem idiota. Então, deve deduzir muito bem que nada tenho a ver com a exoneração”, disse.

Acontece que, no loteamento de cargos da máquina pública, como vem sendo gerido o Estado, já havia um acordo em que o deputado estadual mais votado na região indicaria o nome do novo gestor do teatro. E isso independente se o deputado saiba ou não saiba diferenciar um Hamlet de uma omelete. A decisão, considerada desrespeitosa por muitos membros da classe artística, gerou verdadeira revolta. Foi criada, inclusive, uma “carta de repúdio contra a exoneração de Virgínia Monteiro”, com um abaixo-assinado online em anexo.

Para o lugar da professora e poeta, Bira Coroa indicou Janice Silva de França, ex-vereadora pelo PR, em Saubara, componente da direção da sigla no município. Sem nenhuma ligação com a classe artística.

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