Publicado em 01/07/2016 às 17h00.

Lançamento de obra inédita marca centenário de Zélia Gattai

Transformada em memorial aberto à visitação pública, residência da família Amado, no Rio Vermelho, abriga programação em homenagem à escritora; confira galeria de fotos

Ivana Braga
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Fotos: Ivana Braga/bahia.ba

 

Dois de Julho, data histórica para a Bahia. Não apenas por ser o dia da Independência, mas também por ser o dia do nascimento da escritora Zélia Gattai que estaria completando 100 anos neste sábado (2). Filha de imigrantes italianos, Zélia nasceu em São Paulo em 2 de julho de 1916 e faleceu na Bahia, terra que adotou como sua, em 17 de maio de 2008.

Mulher, companheira, parceira e cúmplice de Jorge Amado, Zélia não se notabilizou apenas por ser a mulher do famoso escritor baiano. Mas, também, por ter aproveitado a convivência de mais de 50 anos para dividir com o marido o ofício de escritora.  Em seu primeiro livro – “Anarquistas Graças a Deus” – escrito em 1979 quando ela tinha 63 anos -, Zélia conta a história da chegada dos pais ao Brasil e sua infância. Em “Um Chapéu para Viagem”, de 1982, descreve a vida com o marido Jorge Amado em meio às turbulências políticas do regime militar que os obrigou a deixar o país. No total, produziu 16 obras que a credenciaram a ocupar a cadeira deixada por Jorge na Academia Brasileira de Letras.

Da fotografia, arte à qual se dedicou por longos anos, desenvolveu a sensibilidade que marcou sua existência. Era uma pessoa especial, doce, carinhosa, mas firme, alegre, bem humorada, divertida. Mãe e avó dedicada, era controlada em relação às finanças. Acumuladora, guardava tudo. É assim que Jorge Amado Neto lembra da avó.

 

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Zélia nas recordações que compõem o memorial do Rio Vermelho

 

A casa e suas lembranças – Totalmente reformada e adaptada de acordo com o projeto desenvolvido pelo arquiteto Gringo Cardia, a casa da Rua Alagoinhas, número 33, no Rio Vermelho, em Salvador, hoje transformada em um memorial aberto à visitação pública, conforme o desejo de Zélia, foi o local escolhido pelo casal para viver os anos da velhice. Lá estão enterradas as cinzas dos dois, atendendo a vontade de Jorge.

Na residência da família Amado, que guarda as lembranças dos escritores, o público pode conhecer a história de Jorge e Zélia projetada em 15 ambientes dinâmicos e interativos. Foi ali que Jorge e Zélia dividiram momentos infinitos com os filhos e com os netos. Por toda parte, objetos pessoais acumulados durante os anos, muitos adquiridos em viagens pelo mundo afora, lembranças de toda uma vida, revelam um pouco do casal de escritores.

O local reúne momentos da vida do casal, um legado para a história do talento dos dois escritores que ajudaram a divulgar a Bahia e o Brasil pelos quatro cantos do mundo.

Os ambientes falam da vida de Jorge e Zélia. Os livros de Jorge, traduzidos em mais de 40 idiomas, a paixão pelo sapo, os bibelôs que recordam a passagem pelos vários países por onde estiveram, as máquinas de escrever em que cada um deu vazão à imaginação, contando histórias que ganharam asas e se espalharam pelos mais longínquos pontos do mundo, disseminando a fantasia e a cultura do povo baiano.

Para celebrar o centenário de nascimento da escritora, a família idealizou uma extensa programação, que começa neste sábado (2) com o lançamento da obra inédita de Zélia Gattai e se estende por todo o mês de julho, sempre aos sábados.

Confira abaixo galeria de fotos com detalhes da vida de Zélia, na homenagem do bahia.ba ao centenário de nascimento da escritora.

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