Publicado em 01/05/2016 às 10h00.

Em reforma para Olimpíada, Maracanã recebe futebol pela 1ª vez

Será fechado depois disso e só voltará a ter um jogo em 17 de agosto, quando recebe uma das semifinais dos Jogos Olímpicos

Agência Estado
Foto: Daniel Basil-Faquini/ Portal da Copa
Foto: Daniel Basil-Faquini/ Portal da Copa

 

Um dos ícones do futebol mundial, o estádio do Maracanã abrirá os seus portões neste domingo para a primeira partida do ano. A partir das 16 horas, Vasco e Botafogo começam a decidir o Campeonato Carioca naquele que é o principal estádio do Rio. O local também sediará a finalíssima no próximo domingo. Depois disso, será fechado novamente e só voltará a ter um jogo de futebol em 17 de agosto, quando receberá uma das semifinais dos Jogos Olímpicos do Rio.

Quando cruzarem os portões de acesso, os torcedores encontrarão um Maracanã diferente daquele que sediou a final da Copa do Mundo em 2014, as finais do Campeonato Carioca de 2015 ou o Jogo das Estrelas, organizado por Zico, em 27 de dezembro do ano passado, naquela que foi a última partida na arena.

“É um estádio que não está pronto para um jogo de futebol”, afirmou Gustavo Nascimento, diretor de Gestão de Instalações do Comitê Rio-2016, que está com a posse do Maracanã desde março. “Foram retirados 4 mil assentos no setor leste, 3,5 mil cadeiras cativas e 2 mil assentos no anel superior. A capacidade total será de 55 mil, 56 mil lugares”, disse. Oficialmente, o Maracanã (completo) pode receber 78.838 torcedores, enquanto que 51 mil bilhetes foram colocados à venda.

A retirada das cadeiras, assim como o fechamento em março, atende a uma necessidade olímpica. “A cerimônia de abertura precisa ser preparada com vários meses de antecedência. Estamos falando do maior show do mundo”, disse Nascimento. O Maracanã recebeu o show da banda britânica Coldplay no início do mês passado e dos Rollings Stones em fevereiro, mas o diretor afirma que isso só aconteceu porque “os ingressos já haviam sido vendidos”.

A explicação não convenceu o presidente da Federação de Futebol do Rio (Ferj), Rubens Lopes. “Se pode abrir para shows, por que não para as finais?”, indagou. “Me reuni com o prefeito Eduardo Paes e com o presidente (do comitê) Carlos Arthur Nuzman. Os dois tiveram a maior boa vontade e foram sensíveis à causa, que é o torcedor carioca”.

Caso o Maracanã não tivesse sido liberado, a final do Estadual poderia ter sido realizada até mesmo em outro Estado, como aconteceu com os clássicos disputados até aqui na competição. Isso porque as opções disponíveis eram São Januário, casa do Vasco, ou Volta Redonda (cidade no sul fluminense), estádios com capacidade para pouco mais de 20 mil torcedores. O Engenhão, também entregue ao Comitê Rio-2016, já estava descartado porque passa por reformas.

FINAL – Apesar do fechamento de alguns setores, a expectativa é de casa cheia. Até às 18 horas de sexta-feira, 22.844 ingressos haviam sido vendidos. Na quinta, quando a venda de ingressos abriu em pontos físicos, muitas filas de torcedores se formaram desde cedo.

Dentro de campo, caberá aos jogadores de Vasco e Botafogo tratarem bem a bola. “O gramado está em boas condições, melhor do que imaginávamos. Quando retiraram o palco do show do Coldplay achávamos que estaria ruim, mas nos surpreendeu”, contou Gustavo Nascimento.

Rubens Lopes espera “uma verdadeira festa”, mas pediu compreensão das duas torcidas. “O torcedor precisa entender a excepcionalidade do momento. O Maracanã está passando por adaptações para as Olimpíadas e entramos para fazer a festa do futebol do Rio de Janeiro”, comentou.

No fim das contas, é justamente por esperar uma festa que o Comitê Rio-2016 deu o braço a torcer e liberou o estádio. “Vai ser bom ter as finais lá. Para a cidade, para o torcedor, para quem gosta de futebol, vai ser um espetáculo bonito”, disse Nascimento. Resta torcer para que isso se estenda para dentro do gramado.

 

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