Publicado em 24/07/2017 às 19h41.

Mota acusa ‘aparelhamento’, Otto prevê Série B e Nilo prega ‘união’

Crise no rubro-negro é avaliada como gravíssima por representantes do Leão na política

Evilasio Junior
Foto: Maurícia da Matta/ EC Vitória
Foto: Maurícia da Matta/ EC Vitória

 

A crise política e técnica que impera no Vitória, que amarga a vice-lanterna do Campeonato Brasileiro 2017 e acumula uma série de baixas, a última do diretor de futebol Dejan Petkovic, é unanimemente avaliada no meio político como gravíssima e fruto da desorganização administrativa do clube.

Com uma lista incontável de deslizes, os sete meses da nova diretoria são considerados desastrosos. Baixas no elenco (veja aqui, aqui e aqui), com a dispensa de vários jogadores, e na gestão – afastamento do presidente do clube, Ivã de Almeida, ida e vinda do vice e atual interino, Agenor Gordilho, três trocas de função de Pet, saída de três diretores (veja aqui e aqui), um deles demitido – mudanças de treinadores (veja aqui, aqui e aqui), recusa de convites (veja aqui e aqui) para assumir o comando técnico, frustração da torcida e gozações na imprensa esportiva nacional são a marca do Leão este ano.

Foto: Maurícia da Matta/ EC Vitória
Foto: Maurícia da Matta/ EC Vitória

 

Para o secretário municipal de Mobilidade e membro do conselho deliberativo do Leão, Fábio Mota (PMDB), o grupo que passou a chefiar o Barradão tem que deixar o rubro-negro. “O problema não é só Ivã [de Almeida, presidente afastado] e sim todo o projeto que naufragou. Agora é hora de toda a diretoria se afastar. O Vitória precisa que eles deixem o clube com urgência. O clube foi politizado com Augusto Vasconcelos, Robinson Almeida e Léo Amoedo. Augusto continua mandando. O [departamento] jurídico é todo dele. Aparelhou o clube com o pessoal do sindicato [dos Bancários]. Robinson montou todo o marketing. Enfim, o clube aparelhado com PT e PCdoB. Precisam largar o osso. Lá é um clube de futebol”, atacou o peemedebista, em entrevista ao bahia.ba.

Foto: Divulgação/ PSD-BA
Foto: Divulgação/ PSD-BA

 

Ex-médico do time, onde passou 10 anos, o senador Otto Alencar (PSD) avalia que, apesar dos conflitos de interesses administrativos, a conturbação foi gerada principalmente dentro de campo. Para ele, o ano acabou. “A culpa é da oposição, que não aceitou a derrota, e da atual diretoria, que contratou mal. Trouxe um caminhão de jogadores e já dispensou outros tantos. O problema é de planejamento. Infelizmente, é uma situação recorrente no Vitória. O jogador não serve no Flamengo e serve aqui. O Vitória já passou por segunda e por terceira divisão e agora não tem time para permanecer na Série A. Nem por qualidade técnica nem comportamental. Soube até que teve jogador que levou garrafas de bebida para a concentração. Não estou na administração do clube, mas a solução é que essa crise sirva de lição para o futuro”, analisou.

Outro político com o coração rubro-negro, o ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL-BA), Marcelo Nilo (PSL), reconhece o cenário turbulento, mas prega uma ampla aliança para tirar a agremiação do buraco. “Defendo que o Vitória se una, independentemente de quem quer que seja o presidente. O clube precisa de união”, clamou o deputado.

No Brasileirão de 2016, com 45 pontos, o próprio Vitória foi a última equipe a se livrar do rebaixamento. Na edição atual, para atingir a mesma marca, em meio a toda a instabilidade, será necessário somar mais 33, o equivalente a 11 triunfos nas 22 partidas restantes.

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