Por doping, atletismo russo é excluído dos Jogos Olímpicos do Rio
É a primeira vez que, numa das principais provas da Olimpíada, um país inteiro é banido por causa do uso de substâncias não autorizadas
A Rússia não vai poder competir nas provas de atletismo nos Jogos do Rio de Janeiro, em agosto. Nesta sexta-feira (17), a Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) decidiu punir a federação russa por conta das evidências reveladas sobre o doping generalizado no esporte russo e manter a suspensão sobre toda as federações de atletismo de Moscou. Essa é a primeira vez que, numa das principais provas da Olimpíada, um país inteiro é banido por conta do doping.
Apenas o Comitê Olímpico Internacional (COI) poderá amenizar a punição. Na próxima terça-feira, a entidade convocou sua reunião de cúpula para avaliar se permitirá que uma equipe composta apenas por atletas comprovadamente limpos possa estar no Rio. Para isso, terá de decidir se seguirá o princípio da “justiça individual” ou da “responsabilidade coletiva”. O que o COI teme é que atletas “inocentes” possam abrir processos legais.
Já uma parte do movimento olímpico defende uma punição geral, como forma de demonstrar que o doping patrocinado e organizado pelo estado não pode ser tolerado.
Nesta sexta-feira, foi o próprio presidente russo, Vladimir Putin, quem fez um apelo à IAAF, reunida em Viena. Mas, por maioria de votos, a entidade entendeu que os russos não cumpriram as exigências de reformas e continuam suspensos de todas as competições internacionais.
O Rio já havia perdido a equipe de levantamento de peso da Bulgária, também suspensa por doping. Agora, porém, trata-se de uma superpotência do esporte e que esperava, no Rio, coletar mais de duas dezenas de medalhas nessas modalidades. A decisão também é um golpe contra a reputação de um país que, a cada quatro anos, luta para ser manter no pódio das maiores nações olímpicas do mundo.
Os russos haviam levado duas medalhas de ouro no Mundial de Atletismo de 2015, com Sergey Shubenkov e Mariya Kuchina. Em Londres-2012, foram 18 medalhas, entre elas as de Mariya Savinova, Yuliya Zaripova e Tatyana Lysenko. Pela decisão desta sexta-feira, todos estão excluídos.
Em novembro do ano passado, um informe realizado pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) indicou que o governo russo estava patrocinando e organizando o doping de seus atletas. Uma suspensão foi decretada a todos os esportivas do país em competições internacionais no atletismo. Mas a esperança era de que uma reforma fosse realizada para permitir que esses atletas pudessem ira o Rio.
Kremlin – O Kremlin, que inicialmente negou qualquer envolvimento e chegou a dizer que os informes eram “especulativos”, mudou de postura depois de contratar uma agência de comunicação dos Estados Unidos e passou a garantir que iria “limpar” o esporte. Moscou também prometeu que não colocaria em seu time nenhum atleta com algum tipo de histórico de doping em seu passado.
Mas, desde então, dois ex-funcionários dos laboratórios russos morreram em situações inusitadas e atletas passaram a treinar em centros militares, sem acesso público. As investigações também apontaram como mais de 1,4 mil amostras de sangue e urina foram destruídas antes da chegada de inspetores.
A decisão promete causar uma série de protestos. Nesta semana, a russa Yelena Isinbayeva, medalha de ouro em 2004 e 2008, indicou que poderia ir à corte de direitos humanos se fosse excluída, apesar de jamais ter sido pega em exames de doping. Com a decisão desta sexta, a estrela do salto com vara ficaria de fora daquela que seria a sua quinta Olimpíada.
“A fraude de pessoas desonestas não pode afetar a carreira de atletas inocentes ou implicar a reputação de um país inteiro”, disse a russa numa carta ao COI assinada ao lado de 12 outros atletas.
Manobras – Nas últimas semanas, porém, a Wada voltou a revelar as manobras do governo russo para impedir que atletas fossem alvo de testes por parte de inspetores internacionais. Num informe publicado nesta semana, a Wada ainda alertou que seus funcionários foram ameaçados em Moscou.
De acordo com a entidade, 73 dos 455 testes em atletas não puderam ser coletados. Outros 736 testes foram cancelados. Vinte e três amostras simplesmente desapareceram e, ainda assim, outros 52 casos foram registrados como “adversos”. No documento, a Wada conta como um atleta foi visto escapando de um estádio, enquanto outros tentaram dar propinas.
A situação mais constrangedora ocorreu com os investigadores internacionais, ameaçados por agentes de segurança de serem expulsos da Rússia se entrassem em determinados locais.
Na próxima terça-feira, o COI ainda convocou sua cúpula para considerar “a difícil decisão entre a responsabilidade coletiva e a justiça individual”. Em outras palavras, a entidade vai tentar decidir se o doping sistemático pode ser punido com uma suspensão generalizada ou se atletas limpos seriam injustamente afetados pela decisão.
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