Publicado em 20/05/2016 às 09h45.

Advogado de acusação de Kátia Vargas quer condenação por homicídio

Daniel Keller rejeita tese de que mídia fez julgamento antecipado e influenciou Judiciário; irmãos Emanuel e Emanule morreram em crime de trânsito provocado pela médica

Rebeca Bastos
Daniel Keller, advogado da família dos irmãos Emanuel e Emanule, vítimas de crime de trânsito. Foto: Evilasio Jr.
Daniel Keller, advogado da família dos irmãos Emanuel e Emanule, vítimas de crime de trânsito. Foto: Evilasio Jr.

 

Responsável pela defesa da família dos irmãos Emanuel e Emanuele,  mortos em um crime de trânsito provocado pela médica Kátia Vargas, Daniel Keller acredita que a ré deve ser condenada pelo crime de homicídio. Em entrevista ao programa Uziel Bueno Tá na Área, com Evilásio Júnior, na Rádio Vida FM 106,1, nesta sexta-feira-feira (20), o advogado reiterou que não se trata de um caso acidental.  “Não foi um acidente de trânsito, foi um homicídio. Não tenho dúvidas de que se ela tivesse uma arma na mão, teria usado”, enfatizou.

Para o criminalista, o apelo ao Supremo Tribunal Federal (STF), feito pela defesa de Kátia para não ir a júri popular, foi apenas mais um artifício para atrasar o processo. De acordo com o advogado, o pedido, que foi negado nesta segunda-feira (16), nem chegou a ser considerado pela ministra Carmem Lúcia, pois não cabia mais recurso no caso.

Imprensa– Keller ainda rejeita a tese lançada pela defesa da ré de que a imprensa teria influenciado e acelerado os rumos do caso. “Não acredito em influência na Justiça, mas na imprensa pode acontecer sim”, disse. No entanto, o advogado explicou que os juízes não se deixam influenciar pelas opiniões divulgadas pela mídia e que “a Lei é clara: se há crime contra a vida, o caso deve ir a júri popular”.

Os irmãos Emanuel e Emanuele morreram no dia 11 de outubro de 2013 após a moto em que estavam colidir com um poste em Ondina. Testemunhas informaram na época que Kátia Vargas teria fechado a passagem do veículo pilotado pelo rapaz que, em revide, teria batido com o capacete no automóvel dela. Em resposta, a acusada teria acelerado em direção à motocicleta, o que teria causado o acidente.

Caso Rodrigo Valentim- Durante a entrevista, o crime de trânsito que vitimou a aposentada Cleonice Barreto de Souza, de  67 anos, em fevereiro de 2014, foi lembrado como outro caso que chocou Salvador pela violência, mas, no entanto, não teve a mesma repercussão midiática. O acidente foi provocado por Rodrigo Valentim, filho de Rilza Valentim (PT), então prefeita de São Francisco do Conde.

Há suspeitas de que a repercussão do caso teria sido abafada pelo fato de a mãe do suspeito ter grande influência política. A petista, que morreu vítima de anemia falciforme em julho de 2014, foi vista no gabinete de Jaques Wagner, então governador, na manhã seguinte ao acidente.

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