Publicado em 28/08/2018 às 17h38.

PGR diz que Bolsonaro ‘incita ódio’ e o acusa de racismo

Defesa do candidato argumenta, por outro lado, que a denúncia da Procuradoria Geral da República "é inepta e contrária à liberdade de expressão"

Redação
Foto: Reprodução
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O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, defendeu nesta terça-feira (28) que o candidato a presidente da República Jair Bolsonaro, do PSL, se torne réu pelos crimes de racismo e manifestação discriminatória contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs, devido a discurso proferido por ele no ano passado no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro.

“Em sua fala estão presentes todos os elementos do discurso de ódio racial, sendo prática que exterioriza preconceito e induz a discriminação”, afirmou Maia, de acordo com publicação da Agência Brasil.

O vice-PGR destacou que Bolsonaro “tem milhões de seguidores nas redes sociais, e por isso suas declarações reverberam para além da liberdade de expressão e incitam a discriminação, o que é condenado pela ordem jurídica nacional e internacional”.

Em defesa de Bolsonaro, o advogado Antônio Pitombo afirmou que a denúncia apresentada pela PGR contra o deputado “é inepta e contrária à liberdade de expressão”.

“Não é que o discurso é bonito, não é que todos nós devemos aderir positivamente ao discurso, não é este o ponto, o que não se pode eliminar é o direito de expressão de opinião, goste-se ou não”, argumentou Pitombo.

As manifestações aconteceram em julgamento nesta terça na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de denúncia apresentada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em 13 de abril deste ano contra Bolsonaro.

Ela destacou trechos do discurso proferido pelo deputado, na Hebraica, que, a seu ver, transcendem a ofensa a determinados grupos e atacam toda a sociedade, por incitar a discriminação a grupos vulneráveis, o que é vedado por lei.

Entre as frases da palestra de cerca de uma hora, a PGR destacou a referente aos quilombolas. “Eu fui em um quilombo em El Dourado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais”, disse o político na ocasião.

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