Publicado em 18/07/2018 às 22h00.

Fake News provoca linchamento de dezenas de inocentes na Índia

A maioria das notícias fantasiosas e maliciosas surgem do Whatsapp; a empresa declarou estar horrorizada com a violência

Redação
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

Nos últimos dois meses, cerca de 20 pessoas morreram por causa de linchamentos, acusadas de serem fontes de notícias fantasiosas.

Duas vítimas recentes foram o músico Nilotpal Das, 29, e seu amigo e empresário, Abhijeet Nath, 30. De acordo com o R7, eles foram confundidos com sequestradores na cidade de Guwahati. O que causou a fúria foram rumores sobre sequestros na região.

As vítimas foram arbitrariamente apontadas como sendo responsáveis pelos crimes.

Enquanto estacionavam em uma região bucólica, contemplando o rio e uma cachoeira, observando peixes, foram atacados por uma multidão armada com facões, pedras e bambus. Pelos smarthfones, as vítimas chegaram a pedir socorro, antes de morrerem.

Os linchamentos motivados pelas informações infundadas ou maliciosas não são um problema novo, mas a chegada dos smartphones a zonas mais afastadas na Índia permite uma propagação desenfreada das “fake news”.

No entanto, para que estes rumores cheguem a matar, devem se somar a tensões sociais ou políticas já existentes.

Na opinião do pesquisador Abdul Kalam Azad, o linchamento de Karbi Anglong se inscreve no contexto particular de Assam, mosaico de etnias regularmente sacudido pelos confrontos entre comunidades. As diferentes partes alimentam um “medo do outro” que semeia o terreno para a paranoia.

“Assam conhece a violência há bastante tempo. As ‘fake news’ tornam essa situação de conflito mais perigosa, mais violenta, e agora isso ficou claro”, declarou o especialista à AFP.

Whatsapp – A empresa WhatsApp, segundo a AFP, declarou estar horrorizada com essa onda de violência e publicou anúncio de página inteira nos principais jornais do país, apresentando dicas para que o público saiba diferenciar as notícias falsas das verdadeiras.

A agência Reuters destacou que foi a primeira iniciativa da empresa neste sentido, para lidar com essa onda de violência.

A Índia é o país com maior número de usuários do WhatsApp, chegando a 200 milhões deles.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.