Publicado em 25/03/2019 às 21h20.

Países precisam se preparar para abrigar venezuelanos por muito tempo, diz ONU

Retorno de migrantes e refugiados à Venezuela pode demorar de dois a três anos

Redação
Foto: Gaby Alvarez Bacalla‏/Direitos Reservados
Foto: Gaby Alvarez Bacalla‏/Direitos Reservados

 

Em visita ao Brasil pela primeira vez, Eduardo Stein, representante especial do Acnur para refugiados e migrantes da Venezuela, afirmou que os países da região precisam se preparar para abrigar os venezuelanos por muito tempo, porque, mesmo depois que a crise no país for resolvida, ainda levará de dois a três anos para que essas pessoas comecem a retornar para suas casas.

“Mesmo após resolvida a crise na Venezuela, essas pessoas só vão retornar quando houver garantias de que acharão empregos e terão segurança. Pode levar de dois a três anos para começarem a voltar”, disse à Folha. “Precisamos estar preparados para o médio e longo prazo.” Além disso, muitos podem criar raízes e simplesmente não voltar mais para a Venezuela, completou.

Stein é representante conjunto da agência da ONU para refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM), o programa de acolhimento de venezuelanos no Brasil é um exemplo para países da região.

Segundo ele, a federalização dos serviços de atendimento aos refugiados e apoio à população de Roraima, além dos esforços do governo brasileiro para inserir os venezuelanos no mercado de trabalho, são muito bem-sucedidos.

“Os brasileiros desenvolveram um dos mecanismos mais completos e sofisticados de acolhimento de venezuelanos”, disse, fazendo a ressalva de que o número de refugiados no Brasil é baixo, na comparação com outros países da região. Segundo o Acnur, há 3,4 milhões de refugiados venezuelanos, sendo que apenas 1,4 milhão está em situação regularizada. A Colômbia é o país com maior número de refugiados e migrantes venezuelanos, 1,1 milhão.

“Os governos estão tentando coordenar esforços da melhor maneira, mas, em alguns casos, os números são tão grandes que a capacidade orçamentária, a saúde e a educação ficam muito sobrecarregadas”, disse Stein, que veio para reuniões no Itamaraty e na Casa Civil.

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