Publicado em 27/11/2015 às 09h20.

Papa Francisco: favelas são “feridas” causadas pela desigualdade

O pontífice era conhecido antes de ser tornar papa como "bispo-favela"

Reuters
Papa Francisco durante visita a Nairóbi (27/11/2015). (Foto: REUTERS/Noor Khamis)
Papa Francisco durante visita a Nairóbi (27/11/2015). (Foto: REUTERS/Noor Khamis)

O papa Francisco visitou uma favela de Nairóbi, nesta sexta-feira (27), e definiu essas comunidades como “feridas” abertas por uma rica e poderosa elite, e estimulou os governos africanos a fazerem mais para tirar o povo da pobreza.

Em sua primeira visita ao continente, o pontífice tem defendido a luta pelos pobres, tanto em declarações públicas como no seu modo de vida, evitando as vantagens institucionais do Vaticano.

Mesmo antes de se tornar o primeiro papa da América Latina, em 2013, o argentino era conhecido como o “bispo-favela” por causa de suas frequentes visitas a essas comunidades de Buenos Aires.

O Quênia é a primeira parada em sua turnê pela África, que também o levará para Uganda e a República Centro-Africana, uma nação pobre, dilacerada por conflitos sectários entre muçulmanos e cristãos.

Ao fazer um apelo ao diálogo religioso e a medidas para enfrentar as mudanças climáticas, quando visitou os escritórios da ONU em Nairóbi, Francisco se voltou para os temas da desigualdade e a pobreza, que têm sido sua principal preocupação em homilias e discursos.

Em seu último dia no Quênia, o papa visitou o distrito de Kangemi, em Nairóbi, um bairro de estradas esburacadas, esgotos a céu aberto e barracos precários, localizado a algumas centenas de metros de blocos de apartamentos em edifícios inteligentes e condomínios fechados.

Dirigindo-se aos moradores das favelas, trabalhadores de entidades beneficentes e o clero, em uma igreja local, o papa falou da “injustiça terrível da exclusão urbana” representada em tais áreas pobres.

“Estas são as feridas infligidas por minorias que se agarram ao poder e riqueza, que egoisticamente desperdiçam enquanto uma crescente maioria é forçada a fugir para periferias abandonadas, sujas e degradadas”, disse.

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